O deputado estadual Antônio Albuquerque (PTdoB) está convencido de que a prisão de seu filho foi armação para provocá-lo.

Em entrevista ao radialista França Moura, o deputado comentou sobre a armação sustentando que, logo após prenderem seus filhos, a guarnição da Radiopatrulha levantou a barreira para a blitz e chamou a imprensa.

Disse que seus filhos estavam perto de casa e a guarnição desconsiderou todos os argumentos.

- Meu filho não é bandido! A arma é minha, está registrada no meu nome.

Transpirando e aos gritos, o deputado estadual Antônio Albuquerque  reagiu diante do delegado Robervaldo Davino contra a prisão do filho. O delegado aprovou a reação.

- É a reação de um pai. É perfeitamente natural – apressou-se em explicar o delegado.

A VERSÃO DA POLÍCIA

O estudante Nivaldo Neto, filho de Albuquerque, estava dirigindo o Gol placa MVI 7634 quando foi abordado por uma blitz da Radiopatrulha.

Nivaldo estava acompanhado do irmão e de um amigo e se recusou a sair do carro, para a revista.

- Sou filho do deputado Antônio Albuquerque. Vou ligar para meu pai.

O tenente comandante da guarnição obrigou os três descerem do veículo e, na revista, encontrou a pistola PT 380, o carregador e 18 cartuchos no banco do motorista.

Nivaldo reagiu a prisão e foi algemado.

A VERSÃO DE NIVALDO

Na abordagem e depois de entregar os documentos do veículo, Nivaldo achou que não deveria descer do veículo para se submeter à revista. Identificou-se como filho do deputado Antônio Albuquerque, mas os PMs insistiram na revista do carro.

Foi retirado à força e algemado, mesmo alegando que o carro e a arma eram de seu pai; que não sabia das armas no carro.

Na delegacia foi negado que se tivesse apreendido munição. E o delegado Robervaldo Davino constatou ferimentos nos braços de Nivaldo Neto, causados pelas algemas.

A VERSÃO DO DELEGADO

O delegado Robervaldo Davino, titular do 4º Distrito Policial, criticou a ação da PM e admitiu ter havido excesso:

- O rapaz estava com a marca das algemas nos braços. Não havia necessidade de algemar. O uso das algemas é restrito a situações de risco e não havia risco nenhum.

O deputado Antônio Albuquerque instruiu o advogado Ademir Cabral a processar o comandante da guarnição da Radiopatrulha por abuso de autoridade e constrangimento.

A ação se ampara no princípio de que o veículo é a extensão do lar, e a polícia só pode penetrar com autorização do dono ou mandado judicial.

No caso, nem o dono permitiu nem o juiz mandou.