A humanidade vive a dicotomia: ao tempo que atinge nível de desenvolvimento social e científico jamais visto na sua história, também se bestializa acreditando em teses inverossímeis.

Exemplo: o homem venceu a barreira do som; comunica-se por satélite e a engenharia genética é capaz de reproduzir tecidos humanos. Mas, ainda há quem acredite em Adão e Eva, em céu e inferno.

É o mesmo que acreditar em Papai Noel, Mula-sem-cabeça, Saci Pererê, Caipora.

Ainda que Platão assegure que aprender é recordar e as evidencias, inclusive na Bíblia, levem a comprovar a tese de que a conquista do espaço é a reprodução do que os antepassados já conheciam e vivenciavam, é difícil admitir tamanho disparate.

Todavia, deve mesmo fazer parte do contexto para o equilíbrio global. E sendo assim, a humanidade terá de conviver com os opostos – até mesmo para se poder definir a ordem das coisas.

O alto e o baixo, o rico e o pobre, o preto e o branco, o policial e o bandido, e assim por diante para se atingir o que o grande Gilberto Gil definiu como complementariedade dos opostos.

O disparate serve também para entender conceitos iguais ao do cardeal mexicano Javier Barragan, que condena os transexuais e os homossexuais sustentando que eles não entrarão no Reino do Céu.

E arremata:

- Não sou eu quem digo isso, mas (o apóstolo) São Paulo.

Para o cardeal, ninguém nasce homossexual e sim se torna homossexual por falta de educação familiar.

Ora vejam: se o apóstolo São Paulo disse mesmo isso, conforme uma de suas epistolas, então já naquela época o homossexualismo era prática corriqueira – e era mesmo. Como o cardeal pode explicar isso?

Não pode; nem ele nem ninguém, especialmente o estúpido que ainda acredita em Adão e Eva e no Reino do Céu.

Cardeal, o homossexualismo é a complementariedade dos opostos e se existisse Reino do Céu também lá haveria homossexuais.