Não há no País uma polícia que tenha sido mais vilipendiada igual à polícia de Alagoas. Nos últimos 20 anos deu-se de tudo por conta dos desgovernos que infelicitaram o Estado.

A derrocada começou no governo Geraldo Bulhões – que levou à intervenção na Polícia Militar por conta de desmandos gravíssimos.

Misturaram polícia com política; vários oficiais, inclusive que chegaram a comandar a corporação, foram disputar cargos eletivos e usaram a instituição em benefício do voto. O resultado não poderia ser outro.

Na Polícia Civil, onde delegados que se tornaram delegados sem prestar concurso público também se aventuraram na política em busca de mandato, o problema foi ainda mais sério com o surgimento de facções que se digladiaram à bala.

Sem dúvida que essa situação levou ao agravamento da violência; uma polícia vilipendiada, que não soube cuidar de si mesma, não tem condições de cuidar da segurança da sociedade.

As críticas negativas ao atual comando da Secretaria de Defesa Social e da Polícia Militar, principalmente quando são feitas por integrantes das instituições, devem ser recebidas como manifestações de saudosistas desse tempo ruim. Ruim para todos nós, mas não para eles.

Culpar o secretário Paulo Rubim e o delegado Marcílio Barenco pela violência que encurrala a sociedade é de um primarismo pueril – até porque, a violência de hoje é resultado dessa triste situação de ontem.

Se hoje a violência é maior é porque, no passado recente, a polícia foi utilizada para fazer política. Ou esqueceram que existem mais de 3 mil inquéritos não-concluídos e que foram deixados como herança para os novos administradores?

E os mais de 300 assaltos a agências bancárias nas quatro últimas eleições, quando a polícia destacava o sargento Garcia para correr atrás dos assaltantes – e, naturalmente, nunca alcançá-los?

A violência de hoje é culpa dos desgovernos e dessa polícia mal-assombrada que deixaram prosperar.