Se Pedro Álvares Cabral tivesse penetrado pelo interior da Bahia em direção ao Norte até Pernambuco, também teria descoberto os assaltos nas rodovias alagoanas. Ele mesmo e a comitiva teriam sido vítimas dos assaltantes.

Isto quer dizer que o Mar Morto ainda estava doente e não tinha morrido, quando começaram os assaltos nas rodovias alagoanas.

As rodovias federais ligando o Norte ao Sul do País ou Alagoas a Pernambuco, pela Zona da Mata, são alvos antigos dos assaltantes - que agem impunemente porque à noite a polícia dorme.

Perguntei a uma autoridade por que a polícia não realiza blitz noturnas nas BRs e a resposta foi estarrecedora:

- Não podemos expor nossos policiais.

Seria cômico se não fosse trágico. Pelo que me consta a função do policial é exatamente se expor; é para isso que é pago. Fazer blitz pelo dia, sem se expor ao perigo para defender a sociedade que lhe mantém é exibicionismo puro.

Quem não quer se expor ao perigo procura outra profissão – e tem várias opções.

No terminal rodoviário do Curado, na grande Recife, os passageiros da Itapemirim que iam para São Paulo foram orientados a camuflarem os pertences de valor porque iam atravessar a área de risco de assaltos – que fica entre Novo Lino e Messias, em Alagoas.

Na rodovia entre Messias e Ibateguara o risco também é grande. E Matuzalem ainda não havia nascido e os assaltantes já agiam na rodovia federal entre Porto Real do Colégio e São Sebastião, sem que a polícia consiga prender ninguém.

É verdade, alguma coisa está fora da ordem. À parte a ousadia dos assaltantes, mas me digam o que faz uma mulher com uma pistola automática no coldre se ela não tem habilidade para usar?

A sargenta assaltada por bandidos na Jatiúca deve seguir o conselho daquela autoridade, que explicou o sumiço da polícia no patrulhamento das rodovias à noite, e nunca mais se expor.

Quem deve se expor aos bandidos é a população desarmada.