Apesar das pesquisas apontando o senador Renan Calheiros em terceiro lugar, é muito difícil que ele não se reeleja.
É verdade que terá de se esforçar mais, mas nada que não esteja ao seu alcance; nada que não conheça do metiê.
Renan pagou caro a ousadia de criar o próprio espaço e ultrapassar em prestígio e ação as viúvas de Ulisses Guimarães.
Esse era o final natural daqueles que, por encabeçarem o movimento de oposição ao regime militar, julgavam-se eternos.
Recordemos que Ulisses Guimarães ficou em sétimo lugar, quando Fernando Collor se elegeu presidente da República. Uma decepção para o PMDB, sem dúvida.
Nesse vácuo Renan penetrou com competência, se impôs na condução do partido aliado ao governo Lula e dominou Senado.
Teria sido eleito governador de Alagoas em 2006; a candidatura até a última hora era dele, mas optou pelo Senado.
Talvez não tenha feito bom negócio, mas não se pode dizer que trocou o certo pelo duvidoso. A trama que o derrubou da presidência do Senado foi sorrateira.
No quadro de candidatos ao Senado os analistas colocam os eleitores de Heloísa Helena e Ronaldo Lessa na mesma urna; dizem que o eleitor de Heloísa não vota em Renan – vota em Lessa.
Mas, é preciso acrescentar o candidato Pinto de Luna – que, para o eleitor radical, está mais perto de Heloísa.
É da tradição que o governo eleja um dos dois senadores, assim como a dupla Téo-Renan é tradicional.
Que acham?