Experiente delegado federal, o secretário Paulo Rubim já sabe que o grupo político que comandou a segurança pública no Estado enfrenta sérias dificuldades para se manter no poder; a eleição de 2010, principalmente proporcional, será a mais complicada dos últimos anos.

Daí, ele trabalha com a possibilidade de sabotagem no roubo ao paiol da Polícia Civil. Sabotagem no sentido de desestabilizar a Secretaria de Defesa Social e, assim, forçar uma mudança – que viria pela pressão popular; se a polícia não cuida dos bens dela, como poderá cuidar da sociedade?

Algo assim.

No roubo, o alarme não disparou e o cachorro não latiu; nada que houvesse mesmo para alertar teria funcionado, e nem mesmo a limalha expelida na serragem do cadeado haveria de incomodar o mais combalido dos alérgicos.

Todos estavam surdos!

Só existe uma saída: apurar o roubo. Em 2000 deu-se algo parecido, no que se refere a perdas para a segurança pública, e até hoje está impune. Naquele ano o Estado pagou antecipados 600 mil reais pela compra de armas para a Polícia Civil – que não recebeu até hoje, nem receberá jamais porque a firma contratada não existe.

Quem sabe a impunidade para este roubo não estimulou o roubo na madrugada desta quarta-feira?