Sou Flamengo por procedência; quando aprendi as primeiras letras e pude decorar nomes, a primeira escalação de um time de futebol repassada vibrantemente por meu pai foi:

- Aníbal, Pavão e Tomires; Dequinha, Jadir e Jordan. Joel, Paulinho, Evaristo, Dida e Zagalo.

O quadro pendurado na parede era um pôster da Revista Ilustrada homenageando o tri-campeonato do Flamengo, no início da década de 50. Eu nasci em 1951, o pôster era de 1953, mas a recordação é eterna. Na escalação, três alagoanos: Tomires, Dida e Zagalo.

De lá para cá o amor pelo Flamengo virou devoção. Eu teria um desgosto profundo, se faltasse o Flamengo no mundo.

E, como não gosto de injustiça e não me incomodo se tiver de penitenciar-me diante de um erro de avaliação, ou do que for, quero pedir desculpas ao Petkovisk – este sérvio que está me dando muita alegria.

Peço desculpas porque também fui um dos que não acreditavam na contratação do Pet, depois de vê-lo sem aquele brilho que lhe agigantou no Vitória da Bahia e na primeira passagem pelo Flamengo.

- O Pet está velho, já deu o que tinha de dar – diziam e eu concordava.

Felizmente não é verdade. Como diz o presidente falastrão Márcio Braga, o Petkovisk é um jovem senhor de 38 anos – na verdade são 37 anos – que confirma uma coisa: o futebol é o único esporte onde só o talento prevalece.

E o futebol é ainda mais apaixonante porque o talento não tem idade, cor, raça nem altura.

Viva pois esse jovem senhor, que me tem dado tantas alegrias.