Um dia desses estava conversando com amigos sobre assuntos diversos. Aquele bate-papo descontraído, com risos intercalados. Rolava futebol, sabores da cozinha, viagens, cotidiano, coisas do mar, e por aí a fora.
Ah! Para variar política e operações policiais também faziam parte do “converseiro”.
Em determinado momento alguém me fez uma pergunta de resposta óbvia:
– O senhor prefere o político corrupto, mas que trás recursos para o nosso Estado ou o honesto que não propõe emendas e nada faz em benefício do nosso povo?
Claro que ele estava falando da atividade parlamentar em nível federal.
A resposta pra mim veio com muita facilidade. Mas passei a me perguntar: será que existem outras opções corretas para essa indagação?
Os interlocutores tinham um bom nível social e intelectual. Então porque uma pergunta com uma resposta tão simples? Logo senti que estava diante daquele velho lema: ele rouba, mas faz! E da eterna culpa do velho costume.
Que praga! Roubar dinheiro público é costume.
Percebe-se facilmente o tamanho do contágio da doença da corrupção e da forma consuetudinária como ela se instala. Ouvimos constantemente: Isso é costume! O costume é esse! O povo está acostumado! Assim que ele se eleger vai se acostumar com a roubalheira!
O conformismo se impregnou numa grande parcela da nossa sociedade, onde muitos dizem: tem jeito não! Essa esculhambação nunca vai acabar! É assim mesmo! Pobre nasceu pra isso!
A descrença no correto é generalizada.
A responsabilidade pesa sobre todos, principalmente àqueles que exercem atividades públicas.
No caso específico, o agente político afoito demais - leia-se: espertinho, dizimista, propineiro – tem de sofrer a reprimenda estatal e popular. Igual tratamento tem de ser dado ao inepto, pois lhe foi conferido o mandato para trabalhar em benefício do povo. Não pode ele, sob o pretexto ser honesto, nada fazer. Chega de dizer e escutar: "eu voto nele porque ele é honesto". Ser correto com a coisa pública não é virtude, é dever.
Não precisam dizer que estou falando o que todos já sabem, pois a minha intenção é massificar mesmo.
Ah! Depois falaremos sobre os políticos dizimistas.
No caso em questão, que tipo de político vocês preferem?