O PT vive a crise de identidade, que é a conseqüência natural do processo político capitalista e sua democracia peculiar – onde ninguém governa sozinho, no que está corretíssimo, porque todo ditador é corrupto.
Partido nenhum chega ao poder incólume e sai dele mais puro, para retomá-lo à frente, e assim sucessivamente, como garante o modelo político vigente.
Agora saia.
E no amálgama em que o governo petista se transformou, por ironia, quem mais sofre é o PT – que perdeu o discurso e alguns quadros. O PT está nivelado nos mesmos erros e acertos dos demais partidos; não é pior nem melhor que os demais.
E sendo assim, o PT vai embarcar na Arca de Noé formada pelo chapão; nos versos agora se incluem Renan ama João Lyra, que ama Lessa, que ama Collor, que ama o PT.
Mas, o PT vai viajar em pé. É que vão embarcar na Arca a onça e o bode, e na primeira procela o PT pula fora da Arca – é o que pensa uma ala do partido. E se não der mais tempo?
Ai entra o plano B.
Na verdade, esse plano B terá de ser implantado de qualquer maneira; trata-se da salvação do PT. Essa salvação está na candidatura do ex-superintendente da Polícia Federal, José Pinto de Luna – que pode até não se eleger, mas vai ajudar o PT a não perder de vez o discurso.
O PT alagoano está em crise, com a fissura visível nas lideranças. A candidatura do deputado Paulão à federal implica em ampliação das alianças – senão, nada feito. E as alianças de Paulão não servem para o deputado Judson Cabral.
Há nisso tudo o ponto positivo: o PT aprendeu o que Laing ensinou, ó, faz tempo: Politica é tirar proveito de um mau negócio.