Confesso que no primeiro contato pessoal com a hoje ministra Dilma Rouseff, a impressão que ficou é de uma mulher prepotente. Inteligente, sem dúvida, mas prepotente.
Foi em 2002, em Salvador, durante o Seminário de Energia promovido pela Petrobras, Chesf e a Federação dos Jornalistas (Fenaj); na época, a atual ministra era secretária de Minas e Energia do Rio Grande do Sul e uma das conferencistas.
No intervalo para o lanche da tarde, eu me aproximei dela; apresentei-me como jornalista alagoano e disse-lhe que Alagoas possui a maior reserva de gás natural dissociado do petróleo, no país.
- Quanto o seu Estado produz?
- Alagoas produz 2 milhões de metros cúbicos de gás por dia. Respondi
- Se o seu Estado produz mesmo tudo isto e não tem uma termoelétrica, desculpe-me, mas é um Estado de otários.
Eu respondi que o gás alagoano é levado por dutos para Sergipe, Bahia e Pernambuco; o que sobra é pouco para as nossas necessidades.
Hoje, a primeira impressão se desfez e considero-a realista, franca e direta. São atributos incompatíveis à política, porquanto na maioria das vezes o político é obrigado a embair; é obrigado a usar de subterfúgios. Mas...
Acredito que a ministra aprendeu que política é a arte de se tirar proveito de um mau negócio. E, sendo assim, é o nome que causa menos temor para suceder o presidente Lula. Depois de superar o câncer biológico, a ministra Dilma terá de superar o câncer político que ameaça a nação brasileira – que é a política dos vendilhões do PSDB.
Dá medo imaginar a repetição do governo FHC, que vendeu por uma titica a Companhia Vale do Rio Doce e entregou a educação do país a um dono de escolas particulares.
Quem sabe foi esse medo que me fez refazer a primeira impressão que ficou no contato com Dilma Roussef?! Pois é; entre a prepotência da ministra e a política dos vendilhões do PSDB só não fica com a ministra quem é estúpido ou cúmplice.