O presidente Lula está montando nos Estados o palanque para a ministra Dilma Rouseff e, em Alagoas, estimulou a candidatura do senador Fernando Collor – que aceitou e vai disputar o governo do Estado.

Collor confirmou a candidatura; o semanário Extra desta semana publica matéria de capa e informa que Collor já comunicou ao governador Téo Vilela que é candidato.

Se Collor não aceitasse a candidatura, a opção de Lula era o ex-governador Ronaldo Lessa; o presidente sabe que, para fazer o sucessor, terá de se fortalecer no maior número possível de Estados e, assim, tentar neutralizar o poderio de São Paulo.

Mas, quem vai financiar a campanha de Collor?

A resposta para esta pergunta justifica a demora de Collor em se decidir pela candidatura. E, como já se decidiu, é porque encontrou finalmente a resposta. Mas, de onde virão os R$ 50 milhões necessários à campanha?

Dizem que o dinheiro virá de um grupo de empresários capitaneados pelo próprio presidente Lula e o industrial João Lyra – que disputará uma vaga para a Câmara Federal. João Lyra deverá doar R$ 10 milhões ou o equivalente a 20% do custo da campanha, com a garantia de que se elegerá deputado.

Apesar do anúncio e de estar mal nas pesquisas, o governador Téo Vilela recebeu com naturalidade o comunicado sobre a candidatura do Collor; na verdade, Téo já esperava e não foi surpresa.

E por que o governador está tão tranqüilo, se está mal na fita?

Pois é; dizem que o Téo guardou munição para gastar a partir de março de 2010 e, entre essa munição, estão o FGTS dos servidores celetistas que viraram estatutários e os acordos para pagamento dos precatórios.

Enquanto sustenta que a decisão cabe à Justiça do Trabalho, o governador ganha tempo. Com a sucessão na rua, resta saber se Collor terá condições de eleger dois senadores – Renan Calheiros e Ronaldo Lessa; ou se Téo Vilela terá condições de eleger o cunhado, João Tenório – que sofre com a falta de assessoria competente.