É cada vez maior a pressão para o senador Fernando Collor (PTB) disputar o governo do Estado. A pressão vem de duas frentes – uma estadual e a outra federal; Collor disputaria o governo do Estado como carro-chefe da candidatura oficial à presidência da República.

Em nível estadual, a pressão reúne os correligionários antigos, os recentes e os que estão insatisfeitos com o governador Téo Vilela (PSDB).

A candidatura de Collor é também a carta na manga que o senador Renan Calheiros (PMDB) tem para romper a barreira imposta entre ele e o governo Téo Vilela. Há quem não acredite que a barreira seja para valer; há quem não acredite no rompimento político de Renan e Téo, mas o certo é que a eleição do ano que vem deixou os dois, pela primeira vez, numa posição desconfortável.

Téo terá de apoiar o candidato do PSDB e Renan, o candidato de Lula. Essa incompatibilidade pode não ser tudo, ou seja, pode se encontrar uma brecha capaz de acomodar os interesses, mas a questão é garantir a reeleição de Renan.

São duas vagas para o Senado e, sabe-se que o governador só pode garantir a eleição de um candidato – e Renan não tem duvida da opção de Téo, caso o senador João Tenório decida disputar uma das duas vagas.

Está aí o problema crucial, que deixa Renan ressabiado e Téo numa sinuca de bico – e abre espaço para a candidatura de Collor ao governo do Estado.