Dos 27 estados brasileiros, apenas um foi emancipado; os demais foram conquistados a ferro e fogo dos gentios ou desmembrados sob consenso. Alagoas é o Estado peculiar, pois não foi conquistado nem desmembrado – foi emancipado por ato real, evidentemente monocrático.
Em 1817 eclodiu a revolta republicana em Pernambuco e uma parte das autoridades não aderiu; uma dessas autoridades foi o ouvidor Antônio Ferreira Batalha, que organizou a reação contra os revoltosos e declarou a Comarca sob a jurisdição dele independente de Pernambuco, subordinando-a a Bahia.
O ouvidor não tinha poderes para tanto, mas a coroa entendeu que a semente republicana em Pernambuco se disseminaria e era prudente dividir o Estado. E a idéia do ouvidor Batalha vingou – e assim nasceu Alagoas, que vem do Rio Persinunga, no Litoral Norte, até o Pontal do Peba, em Piaçabuçu, no Litoral Sul; e até os limites da antiga Estrada Real até Inajá-PE, no extremo Oeste.
Sem dúvida que caparam uma parte filé de Pernambuco; é tanta água que o nome do Estado teria mesmo de fazer referência às lagoas. São mais de 50 lagoas formadas pelos Rios Mundaú, Satuba, São Miguel e São Francisco.
Essa combinação da água do mar com a água do rio gerou no subsolo de Maceió a jazida de sal-gema com o maior teor de pureza do País. Existem cinco reservas de sal-gema consideradas de alto valor comercial no Brasil, mas as jazidas de Maceió, que se estende do Mutange a Riacho Doce, possui 99% de pureza.
Na política, dois marechais alagoanos foram os primeiros presidentes da República; após a Revolução de 30 um general alagoano (Góes Monteiro) mandou no País. O Estado elegeu um presidente da República e tem se destacado no cenário político nacional.
Poderia ser o Estado modelo, dono da segunda maior reserva de gás dissociado do petróleo no País, entre outras riquezas. Poderia, mas falta alguma coisa. Será que falta uma estrela política para que Alagoas seja realmente a Estrela Radiosa?