O silêncio do senador Fernando Collor de Mello (PTB) incomoda mais ao governo, que os ataques verbais do ex-governador Ronaldo Lessa (PDT). O governador Téo Vilela sabe que a reação de Lessa é a busca pelo espaço perdido, enquanto o silêncio de Collor é a trama pelo espaço a conquistar.

A dinâmica da política permite situações nunca antes admitidas como, por exemplo, o estimulo do PT para Collor disputar o governo do Estado. Pense! O PT, mais precisamente o presidente Lula, dando corda para Collor sair candidato.

Alagoas foi o único Estado onde Lula perdeu no primeiro e no segundo turno para José Serra. Não é um colégio eleitoral de peso nacional, mas para fazer o sucessor Lula sabe que terá de amealhar os votos dos pequenos. Quem diria! Collor virou o carro-chefe do PT em Alagoas.

Ele ainda não decidiu se será candidato; na semana passada Collor se encontrou com o governador Téo Vilela, segundo confirmou ao blog um assessor direto do governador, e com Lessa, segundo o próprio Lessa contou. Téo e Lessa consideraram o encontro com Collor proveitoso – ainda que não tivessem conseguido arrancar dele nenhuma declaração sobre a eleição no ano que vem.

Mas, nem um nem o outro definiram as candidaturas em 2010; Téo pode disputar o Senado como plano B para o caso de a reeleição não emplacar e Lessa, que anuncia a candidatura ao Senado, deve disputar mesmo é uma vaga na Câmara Federal.