Se no Sul do Brasil chuva demais preocupa por causa das enchentes, no sertão nordestino, ela é sinônimo de fartura. E, neste inverno, veio generosa.

 

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É com a enxada na terra que o sertanejo comemora o bom tempo. "[Estou] bem satisfeito com a minha barriga cheia, né”, diz o agricultor Milton Alves.


Os riachos esbanjam abundância e deixam para trás os dias difíceis de estiagem. Em plantações a perder de vista, há espigas de milho no ponto, outras amadurecendo, e a safra já é 30% maior que a dos últimos anos.


“Está bom demais, estamos ricos”, diz o agricultor José Alves Feitosa. Riqueza que Orlando de Jesus Santos custa a acreditar: vai colher 200 mil quilos de abóbora. “Sempre planto. Agora, esse ano não imaginava que fosse dar essa quantidade que Deus me deu”, afirma o agricultor.

Neste ano, só não colheu quem não plantou. Pelos próximos meses, o sertanejo vai ter mesa cheia. O bom tempo trouxe uma fartura inesperada e agora o que falta ao agricultor é espaço para guardar tanta produção. A casa de dezenas de famílias está abarrotada.


"Não sei mais onde colocar mais feijão, porque a sala está cheia, assim como as varandas. E na roça ainda tem mais”, conta a agricultora Angela Maria Torres.
Na casa de Cristina dos Santos, o quarto se transformou num depósito de feijão e, a cada semana, mais um cômodo ganha o mesmo destino. “Tiro tudo de dentro de casa e boto o feijão.”


Há espaço agora só para os planos. “Dá até para sonhar com a minha geladeira, que eu desejava comprar”, diz Cícero dos Santos.