A Operação Taturana foi uma benção divina, mas o beneficiário não foi o contribuinte; até agora a sociedade não se beneficiou de nada, pelo contrário, o contribuinte pagou a conta. Foi uma benção divina para os suplentes de deputados que assumiram e tiraram o pé da lama.

Como os deputados afastados não deixaram de receber seus subsídios mensais, então a despesa dobrou com a Operação Taturana; no lugar de a sociedade pagar a 27 deputados pagou na verdade a quase 40!

A desembargadora Elizabeth Carvalho, presidenta do Tribunal de Justiça, na sua fala na recepção ao ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal, citou o caso de um suplente que se deu bem. Mas, não foi só um; todos se deram bem.

Trocando em miúdos: até agora só a sociedade pagou o pato, ou seja, a taturana. Isto porque eles dizem que o eleitor brasileiro é igual a manequim em vitrine de loja de shopping center – empalado e rindo o tempo todo.

Fez-se um carnaval fora de época e acendeu-se a luz da esperança da moralidade – que se sabe agora era um vaga-lume no cio.

O pior é saber que o afastamento dos deputados denunciados pela Operação Taturana foi considerado ilegal pelo Supremo Tribunal Federal – daí a decisão do ministro Gilmar Mendes mandando voltar todo mundo.

Só faltam agora os deputados afastados ilegalmente decidirem entrar com ação contra o Estado pedindo indenização. Como o Estado não faz dinheiro e sim arrecada do contribuinte, a conclusão é assustadora: a conta que a sociedade vai pagar pela Operação Taturana vai ficar mais cara.