O encontro tão esperado entre o senador Fernando Collor de Mello (PTB) e o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) aconteceu terça-feira passada, longe da mídia e dos bisbilhoteiros; de testemunha apenas o engenheiro Corintho Campelo da Paz – que serviu de intermediário para acertar o encontro.
É a primeira vez que Collor e Lessa conversam; nunca, na história política deste Estado, os dois trocaram qualquer palavra, principalmente para tratarem de política. O que conversaram não se sabe, mas o próprio Lessa tratou de definir o encontro como muito bom e, pela reação positiva, é candidato a senador.
Collor disse a Lessa que não é candidato a governador, mas é. Se o cavalo passar selado ele monta e, se em 2006 se virou nos 30 – na verdade, em 28 dias – para se eleger senador com tempo ínfimo, na condição de franco atirador o que vier para ele é lucro. Collor não gosta do parlamento; a queda dele é pelo Executivo.
A chapa da oposição seria encabeçada por Collor para o governo do Estado, Lessa e Renan Calheiros para o Senado. O problema é que, até a última hora, Renan espera contar com o apoio do governador Téo Vilela – ainda que ambos devam estar em palanques diferentes na disputa sucessória presidencial.
Até a eleição de 2010 muita água ainda vai rolar embaixo da ponte, mas, pela projeção dos ventos não mudará o curso do rio – ou seja: Collor é candidato a governador.
Mas, e o prefeito Cícero Almeida como é que fica na fita?
Fica mal; Collor não admite ser desafiado e a última entrevista de Almeida chamando-o para a briga eleitoral foi provocação que o prefeito não deveria ter feito. Collor soube que Almeida está empavonado e anda dizendo por aí que não tem medo de disputar uma eleição com ele - elle assim, com dois élles.