No imbróglio jurídico envolvendo o deputado Cícero Ferro ficou o dito pelo não dito, mas, para que ninguém saia perdendo o deputado vai à Comissão de Ética – que deverá aprovar a censura ao parlamentar pelas agressões verbais contra integrantes da justiça.
A censura é um artifício ameno. Ninguém acredita que o Conselho de Ética chegue ao extremo, ou seja, que venha a pedir a cassação do deputado.
O destempero de Ferro, que atacou integrantes do Poder Judiciário, já teve a censura silenciosa de alguns de seus pares – que não concordaram com os ataques. Mas, esta censura se limitou aos comentários reservados.
A decisão do desembargador Orlando Manso, que pediu o afastamento do deputado para que seja processado por crimes de homicídios, na condição de mandante, esbarrou no dispositivo que blinda o parlamentar. A Mesa Diretora já havia pedido antes o trancamento do processo – que só será reaberto um dia quando o réu perder a imunidade.
Mas, foi preciso muita conversa e boa vontade por parte dos integrantes do Tribunal de Justiça. O próprio desembargador Orlando Manso, a quem caberia reagir com mais rigor, optou pela negociação.
A Assembléia Legislativa vai punir de leve o deputado – que também se comprometeu a não mais atacar o Judiciário.
E fica o dito pelo não dito.
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