Na década de 80 espalharam que o Lula, então líder sindical, era cria do general Golbery do Couto e Silva – o mago do golpe militar de 1964 e o mentor do regime dos generais, até passar a defender a devolução do poder aos civis. Golbery caiu; quando caiu eu estava em Brasília acompanhando o então governador Guilherme Palmeira nas audiências nos ministérios. Guilherme foi visitar ao senador Teotônio Vilela, o pai, no gabinete no Senado.

Teotônio disse ao Guilherme que o ex-presidente Geisel, que pregava a reabertura política, não aprovou a renúncia e disse que Golbery deveria engolir sapos; deveria suportar as provocações dos generais que formavam na outra fila e defendiam a manutenção do regime.

O grande público não soube, mas havia a cisão entre os militares. Tudo começou quando Geisel demitiu o general Silvio Frota do Ministério do Exército e muitos temeram um levante armado liderado pela chamada linha dura entre os militares. O general Frota queria suceder Geisel na presidência e Geisel já tinha escolhido o general Figueiredo, com o perfil perfeito para tocar a reabertura.

O velho Teotônio falou sobre “nuvens golpistas” no ar e, sobre Lula dizia-se ainda surpreso com o surgimento de uma liderança sindical à margem do Partido Comunista – que Lula comeu pelas beiradas; botou os comunistas no bolso.

Quando o Lula foi preso, por liderar a greve dos metalúrgicos do ABC paulista, o velho Teotônio conseguiu com o então delegado da Dopse paulista, Romeu Tuma, permissão para visitá-lo. Teotônio entrou no prédio da Dopse, onde Lula ficou preso, dentro do porta-malas do Opala de Tuma, para despistar a imprensa e não provocar os militares linha dura.

Mas, inteligente como era, Teotônio com certeza entendeu o surgimento meteórico de Lula. Se o Lula foi mesmo cria do Golbery, que viva Golbery, porquanto governo melhor não houve no País – exceção de Pedro II, o maior de todos, e Getúlio Vargas.

Lula se elegeu deputado federal, disse que no Congresso Nacional havia uns trezentos picaretas, mas logo perceberam que não pegaria bem para o projeto que Lula seguisse na carreira parlamentar. Iria se tornar comum e o melhor era preservá-lo.

Quando se elegeu presidente da República, Lula se cercou dos 300 picaretas que ele contou no Congresso Nacional e está realizando o melhor governo depois de Pedro II e Getúlio Vargas.

O resto é dor de cotovelo.

Viva o general Golbery e o Lula! Vivaaaaaaaaaaaaaaaaa!