No antigo aeroporto de Maceió, um repórter perguntou ao senador Teotônio Vilela porque ele havia deixado a Arena e se filiado ao MDB. Ele respondeu apontando para o filho, Téo, que o seguia:

- Por ele.

Mas, apesar da referência, o senador não imaginava o Téo como político; ele achava que seu herdeiro político seria o Zé Aprígio. De fato, o Téo parecia à distância. Esse distanciamento da política era natural no jovem Téo; certa vez o senador reuniu na sua casa, no Farol, a nata da oposição nacional. Estavam presentes Tancredo Neves, Paulo Brossard, Franco Montoro, Fernando Henrique Cardoso e Ulisses Guimarães – e o Téo jogando futebol. Parecia não se importar.

É o jeito Téo de ser, que agrada a uns e outros não, mas, não adianta tentar mudá-lo. De repente, essa distância da política desapareceu e o Téo se elegeu senador em 1986. Daí para o governo do Estado o caminho não foi diferente, pois a oportunidade lhe chegou espontaneamente.

Perto da eleição de 2006, o PSDB do Pilar chegou a organizar uma recepção para arrancar do Téo a confirmação da candidatura ao governo do Estado e ele resistiu; seu candidato a governador era o senador Renan Calheiros – que preferiu ficar em Brasília.

Eleito governador, ele herdou o caos. Não se trata do caos causado apenas pelo governo Ronaldo Lessa, mas o caos de todos os governos, porque depois do governador Guilherme Palmeira deu-se o desmonte do Estado. Destruíram tudo.

Vinte anos de desmonte não se recupera facilmente; o que fizeram contra Alagoas foi um crime impagável, porque os seguidos desgovernos levaram ao aumento da mortalidade infantil, do analfabetismo e do desemprego.

Governa-se apenas para pagar a folha de pessoal e, ainda assim, dependendo-se das transferências de verbas federais.

Esta é a realidade do Estado. Mas, ouvi um procurador de Justiça da área da Fazenda dizer que estava surpreso com o governo Téo Vilela. Esse procurador disse a mim e ao coronel Jadir, comandante do Corpo de Bombeiros, que o Estado estava sendo saneado financeiramente e honrando religiosamente em dia os seus compromissos.

Para quem conheceu as duas realidades – o exemplo bom do governo Guilherme Palmeira e os maus exemplos dos demais governadores – existe sim um ponto de esperança para um futuro melhor.  

Talvez, o jeito Téo de ser deixe esse ponto visível apenas para uns pouco. Mas, há de chegar o dia em que a principal obra do governo não seja alardear o pagamento do servidor em dia.

Que outras boas ações venham já!