Vem aí mais uma greve dos professores. Em Alagoas, os professores passam mais tempo na rua protestando que na sala de aula ensinando.

É triste, mas é verdade.

Considero-me de uma geração privilegiada, porque na época de estudante não conheci greve de professor. Também não havia professor profissional – e o ensino era muito, mas muito mesmo, eficiente. Melhor que hoje, com a profissionalização que levou aos profissionais da greve.

No Moreira e Silva, onde conclui o científico (2º Grau), meus professores de Matemática e de Física eram engenheiros; meus professores de Química eram médicos e a didática deles, intuitiva, foi tão eficiente que ainda hoje guardo os seus ensinamentos.

Não conheço professor de Química Orgânica melhor que o Élcio, nem de Química Inorgânica melhor que Luz Augusto, assim como uma professora de Genética melhor que a Graça, e de Citologia melhor que o Everaldo Moreira. Sou grato a eles, que nem eram professores profissionais – são na verdade médicos.

Pois bem, os pais que não podem pagar escola particular para seus filhos são as primeiras vítimas dessa profissionalização temerária. O governador Téo Vilela desafiou os professores e eles não aceitaram o desafio. E por que não aceitaram? Porque a greve faz parte do ano letivo deles – um ano sem greve deixa os professores em recuperação.

A politicagem em Alagoas não é um mal restrito à atividade do parlamento; infelizmente, está em todos os níveis. A politicagem na educação leva à situação caótica que o Estado vive – há três anos os alunos não conseguem concluir o ano letivo.

O governador disse esta manhã, durante o café com a imprensa, que se sente um samurai de espada na mão defendendo um saco vazio – que pode ganhar músculos. Pode, mas seria necessário eliminar a politicagem.

Ah! Como era bom o tempo em que professor existia para ensinar...