Ao ouvir pelo rádio que a Polícia Civil vai entrar em greve, um cidadão teve a reação que merece ser destacada porque serve para medir o grau de satisfação da sociedade em relação à polícia.
- Óxente! E a polícia está trabalhando?!
Os policiais civis querem receber salário de R$ 3,5 mil mensais. É muito para quem tem feito tão pouco, e seria pouco se a polícia estivesse fazendo muito em defesa da sociedade.
Interessante é que, antes, alegava-se o desvio de função para explicar a inoperância; diziam que não podiam investigar nem combater os crimes, porque estavam servindo de carcereiros nas delegacias.
As delegacias foram esvaziadas, não tem mais presos para serem vigiados nem policiais servindo de carcereiros. Seria o momento de a polícia mostrar serviço, mas, aí, vem a greve e fica tudo como antes.
E fica mesmo. Na madrugada desta quarta-feira assaltaram um ônibus (mais um) da Itapemirim, com destino a São Paulo. O local do assalto é o mesmo de sempre – a BR 101 entre Messias e Rio Largo.
Coisa antiga, muito antiga, que a polícia não dá jeito porque ninguém investiga nada. Coisa tão antiga que, em 1500, se Pedro Álvares Cabral tivesse mesmo aportado em Alagoas e penetrasse até Rio Largo teria descoberto também os assaltos a ônibus por ali.
Os passageiros da São Geraldo e da Itapemirim com destino a São Paulo, procedentes de João Pessoa e Natal, são alertados para esconderem dinheiro e jóias quando se aproximam da divisa com Alagoas.
Sendo assim, a greve pode não servir para garantir o salário de R$ 3,5 mil. Mas, servirá para mostrar que tanto faz como tanto fez – ou seja: não faz diferença se a Polícia Civil está ou não em greve.