A informação é: os Estados Unidos querem transferir tecnologia militar para o Brasil. E a contra-informação é: os Estados Unidos estão de olho no pré-Sal e outro olho em Hugo Chavez.

Ao mandar um importante assessor militar ao Brasil, para discutir a transferência de tecnologia militar, os Estados Unidos agem como agiram no Oriente Médio. O petróleo agora está bem pertinho – está no quintal dos EUA, como uma autoridade norte-americana se referiu certa vez à América Latina.

Além de estar bem pertinho, ainda tem a vantagem de não haver na região áreas de conflitos; o único que preocupa é Hugo Chavez. Em Cuba, os Estados Unidos mantém uma base militar com 20 mil homens armados com o que de mais moderno existe no campo de guerra.

A Venezuela fornece o petróleo que os Estados Unidos precisam, mas Hugo Chavez tem sido um calo na relação comercial e até política. A oposição declarada e o viés belicista do governo Hugo Chavez obrigam os Estados Unidos a entrarem em alerta.

O Brasil, que em pouco tempo saiu da condição de dependente para auto-suficiente em petróleo, com uma reserva submarina imensa, é a opção que os Estados Unidos têm para minar a Venezuela – e, com isso, enfraquecer o governo Hugo Chavez.

A missão do assessor do Pentágono é convencer o governo brasileiro a aceitar a parceria militar. O presidente Lula está numa sinuca de bico; se aceitar a ajuda militar provocará a ira do amigo Hugo Chavez, e se não aceitar perde a chance de modernizar as forças armadas – além de descontentar os Estados Unidos.

O risco do confronto existe e como a história se repete em forma de tragédia, o que se vê hoje é a reprise do filme do século 19 – que se conhece como Guerra do Paraguai. A diferença é que a Guerra do Paraguai foi estimulada, incentivada, provocada e preparada pela Inglaterra. Até então, o Paraguai era o único país latino-americano sem dívida externa; era uma potência em ascensão, com uma economia e um sistema educacional modelo. Depois da guerra estava destruído e endividado até hoje.

Não se sabe quando será dado o primeiro tiro, porque tudo depende da reação de Hugo Chavez. Se continuar provocando os Estados Unidos, o governo venezuelano poderá repetir Francisco Solano Lopez e o Brasil, novamente, vai à guerra.

Tô certo ou tô errado?