Parte da imprensa tem sido irresponsável, quando alimenta expectativas vãs e esperanças que nascem perdidas acerca de fatos da administração pública. As esperanças que nascem perdidas ganham vidas falsas graças à espetacularização da imprensa.

Esse não é um problema apenas da imprensa alagoana, mas, aqui o fato recente é a expectativa criada em torno do relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Chegaram a anunciar que haveria punição para desembargadores e juízes; criaram um mundo falso; enganaram a opinião pública e calaram-se cinicamente diante do malogro – a montanha pariu um rato.

Cadê as punições que parte da imprensa garantiu que seriam recomendadas pelo CNJ?

Há nesses noticiários sensacionalistas algo mais que irresponsabilidade; há também maldade, inveja, pirraça e falta de ética.

Que ninguém se surpreenda quando anunciarem que o rombo na Assembléia Legislativa apurado pela Operação Taturana não é de R$ 300 milhões, mas de pouco mais de R$ 30 milhões. O exagero deve-se debitar à espetacularização da imprensa – que aumenta e às vezes também inventa.

Devo reconhecer isso para separar o bom jornalismo do mau jornalista. De agora em diante o leitor e o bom jornalista não deve mais se deixar levar pela pirotecnia das operações policiais. Infelizmente, o cidadão incrédulo tem razão quando diz que não vai dar em nada.

Em nível nacional, a imprensa trata a crise fabricada no Senado pelo PSDB como se fosse uma cruzada moralista. Mais uma vez enganam a opinião pública; não há sinceridade e a luta não é pela ética, mas pelo poder.

Para os que vivem do sensacionalismo e criam expectativas vãs, o relatório do CNJ foi frustrante.