Dos 1.653 processos analisados pelo mutirão patrocinado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em Alagoas, 454 resultaram na libertação imediata de idêntico número de presos – que não podiam estar presos, porque a Justiça demorou demais para julgá-los.

Uma fonte do Cadeião contou ao blog que, entre os 454 presos liberados, estão estupradores e alguns periculosos. Todavia, como não podiam passar tanto tempo sem serem sequer ouvidos pelo juiz, eles ganharam o direito à liberdade.

Perguntamos à fonte de quem era a culpa e a fonte não titubeou: a culpa é da Justiça, mais precisamente, de quem deveria ouvir os acusados no prazo fixado em lei. Disse ainda a fonte que, entre os 454 presos liberados, estão alguns que há mais de dois anos esperam para ser ouvidos pelo juiz.

Gente, das duas uma: tem muito preso para pouco juiz. Ou, então, tem gente trabalhando menos do que deveria.

Mas, se a liberação de presos que deveriam estar presos é mais um problema para a sociedade que anda amedrontada com a violência, tem-se a contrapartida com o esvaziamento das delegacias de plantão. A partir de agora, os policiais civis não mais poderão alegar como desculpa para a ineficiência o fato de exercerem a dupla função de carcereiros.

O problema é que, parte desses 454 presos libertados pelo mutirão do CNJ deve estar delinqüindo novamente e, já, já tornarão a ser presos. E, aí, começa tudo de novo.