O extraordinário Graciliano Ramos definia-se ateu, e dava graças a Deus por ser ateu. Dizia que o fato de alguém ser ateu não o impede de ser santo. Pense numa definição inteligente, completa e reflexiva, como ninguém jamais fez!

Fã do escritor, eu sigo a definição porque entendi – graças a Deus – o seu conteúdo teológico de primeira linha, ou seja, sem a pieguice que caracteriza as definições contidas no catecismo e até mesmo na Bíblia – que é na verdade um compêndio de mais de 60 livros escritos por quem não conheceu Jesus, apenas ouviu falar Dele.

A propósito do post anterior, acerca da prisão do padre Tito, a reação contrária já era esperada porque o tema religião é e será sempre controverso; o tema religião ensejará sempre essa discussão, exatamente porque não há unanimidade nas definições sobre Deus.

Eu sigo a definição de Graciliano Ramos, mas sem deixar de reconhecer que existem outros que seguem definições diferentes; sem deixar de entender os opostos e, principalmente, sem jamais pretender que sigam-me na opção que fiz.

A Constituição me dá o direito à livre manifestação de pensamento e não poderia ser diferente, pois todos devem ser livres para pensar. E o Direito Natural me garante o livre arbítrio – logo, somos todos obrigados a conviver com os contrários. Sem isso, é ditadura teocrática – e todo tipo de ditadura deve ser condenada veementemente.

No caso da prisão do padre Tito, o que preocupa é a dúvida sobre a motivação. Se foi por rigor ou excesso de zelo, que se estenda o rigor e o excesso de zelo às ações policiais para amenizar a violência na região – que está fora de controle há tempo. Se foi intolerância religiosa, isto é gravíssimo; é mais grave que o erro do padre em portar um revólver.

O mundo está caminhando para um confronto que é na verdade de natureza econômica e política, mas travestido de caráter religioso. Os cristãos (católicos, protestantes) sustentam que o céu é deles; os mulçumanos reivindicam o céu para eles. Como é impossível dar um céu para cada um – até porque o céu não existe, exceto na boca. Literalmente – uma guerra santa (?) se desenha com mais nitidez a cada ano.

Nada tenho contra católicos, protestantes, mulçumanos ou qualquer outro religioso, desde que não me impeçam de ser ateu, graças a Deus; desde que não venham querer doutrinar impondo-me as mentiras religiosas que, no lugar de levar à unidade (que é o verdadeiro Deus), tem levado ao confronto, à destruição, à ruína e à barbárie.

Neste momento, o verdadeiro Deus me inspira a escrever. Sinto que Ele torce para que eu possa fazer essa separação importantíssima entre o joio e o trigo. Não é fácil, pois me faltam engenho e arte, mas esforço-me para mostrar que o Deus verdadeiro não tem religião.

Um filósofo muito antigo, de nome Plutarco, escreveu há mais de 3 mil anos que na história da humanidade pode-se encontrar povos vivendo em cidades sem leis regulares, sem muralhas, sem moeda, mas não existe povo algum sem o conhecimento dos deuses – portanto, a religião é um vantajoso negócio criado pelo homem a partir dos deuses.

E Pitágoras assegurava que, se a humanidade entendesse mais a Matemática, seria menos religiosa. Sim, amigos internautas, porque só a Matemática prova a existência de Deus.

Exemplo: quantos números existem? Alguém pode responder que são infinitos; outros que existem apenas os números naturais, ou seja, 0,1,2,3,4,5,6,7,8 e 9.

E outros que existem apenas dois números: o 0 (zero) e 1 (unidade). Os demais números são combinações. Exemplo: 10 é o somatório de 1 + 1 + 1 + 1 + 1 + 1 +1 + 1 + 1 + 1 = 10, assim como 1 trilhão, 3 trilhões e por aí.

E sendo assim, o número 1, ímpar, é a unidade – ou seja, é Deus. E o 0 (zero) é o nada – que somos nós. Não por acaso o 0 (zero) surgiu depois do número 1. E, agora, pasmem porque no infinito o último número é ímpar. É ímpar porque, se for par, pode dividir outro número por 2.

Que Deus abençoe a todos. Refiro-me ao Deus verdadeiro, que não tem religião porque se o tivesse deixaria de ser Deus.