O senador Arnon de Mello costumava dizer: o que não vem em maio vem em agosto. Referia-se às notícias políticas boas ou ruins; os acontecimentos políticos que marcam a história.

A superstição política com agosto é pertinente, e não é apenas por causa da rima com desgosto. O sétimo mês do ano tem sido historicamente pródigo em acontecimentos que marcaram a história e não é de hoje. Getúlio Vargas se suicidou em agosto e, por causa de agosto, Júlio César obrigou a mudar o calendário.

Júlio César exigiu o mesmo tratamento dado a seu irmão Augusto, que ganhou um mês (agosto) com seu nome no calendário. Exigiu um mês também para si e foi contemplado com Julho. Mas, Júlio César descobriu que o mês com o nome do irmão tinha 31 dias e exigiu o mesmo número de dias para o seu mês e, assim, obrigou a retirar um dia de fevereiro para que Julho também tivesse 31 dias.

Ou seja, obrigou a mudar o calendário. Vem daí, desde o Império Romano, essa pirraça com agosto. Em nível de Alagoas, o mês de agosto marca o reencontro dos deputados estaduais afastados por terem sido denunciados na Operação Taturana.

Faltando ano e meio para terminar a Legislatura, o mês de agosto se aproxima bem AA...gosto de quem deseja emoções fortes. O ano pré-eleitoral engrossa o caldo e, sem dúvida, a partir de agora tudo vai ser diferente na Assembléia Legislativa. É verdade que os deputados afastados de direito nunca se afastaram de fato, mas, a participação deles se limitava aos bastidores sem direito a entrar em cena.

Agora é diferente. E novamente o saudoso senador Arnon de Mello tem razão: o que não veio em maio virá com certeza em agosto. Com muito JB, CF e AA...gosto de todos.