O filho do deputado federal Givaldo Carimbão é um dos principais suspeitos de tramarem o assalto à empresária paraibana Maria Jaydeth Miranda – que pode ter caído no conto do pagamento em espécie. Ela vendeu ao filho do deputado um posto de combustíveis desativado no Bairro Jaguaribe, em João Pessoa, e o filho do Carimbão fez questão de lhe pagar em dinheiro vivo, no estilo formiguinha, ou seja, uma nota atrás da outra.
A empresária ainda reagiu tentando convencer o jovem Givaldo de Sá Gouveia Júnior, conhecido como Carimbãozinho, a realizar operação de transferência bancária – que era seguro; afinal, tratava-se de um negócio de 300 mil reais. Mas, o filho do deputado respondeu que não gostava de fazer operações bancárias e que iria lhe pagar mesmo em numerário - e no cartório quando assinasse o recibo de promessa de compra e venda.
Tudo parecia perfeito e a empresária contou ao delegado Marcos Vanconcelos, da Delegacia de Roubos e Furtos de João Pessoa, que não teria motivos para desconfiar de nada. E assim ela foi ao encontro marcado no cartório de Registro de Imóveis e Hipotecas da Capital paraibana.
Entrou no carro, um Corola prata, placa MOJ 2437, e guiou até o cartório, onde o filho do deputado Givaldo Carimbão já a aguardava. Ela assinou o documento atestando ter recebido a grana e o filho do Carimbão lhe entregou 300 mil reais. Até aí estava tudo normal; o filho do Carimbão entrou na Hillux dele e se despediu dizendo estar voltando para Maceió.
A empresária paraibana pegou o carro e dirigia-se ao banco para depositar o dinheiro na conta,
quando dois homens numa motocicleta a renderam tomando-lhe o dinheiro e o
carro. Até hoje. Isto aconteceu na semana passada.
Maria Jaydeth confessou ao delegado de Roubos e Furtos de
João Pessoa que a ficha só veio cair
Quem também está muito intrigado é o delegado; ele não
entende como alguém pode sair de Maceió para João Pessoa com 300 mil reais em
espécie, quando poderia colocar o dinheiro no banco. Das duas, uma – diz o
delegado: o dinheiro é de origem duvidosa e não poderia passar pelo banco, ou o
assalto é uma estória mal-contada que contou com a conivência de alguém. Quem é
esse alguém o delegado é cauteloso, embora sustente já saber. Ele diz que os
assaltantes também poderiam estar dentro do cartório, e precisa investigar tal hipótese.
- É preciso esclarecer antes esses pontos confusos – sustenta o titular da Delegacia de Roubos e Furtos.
O delegado ouviu o filho de Carimbão – que explicou a origem
dos 300 mil reais; disse que o pai tinha vendido uma chácara em Brasília e
terrenos
Tomara que se esclareça tudo; que tudo não passe de mal-entendido; que o dinheiro e o carro da empresária apareçam; que os assaltantes desarmados sejam presos – enfim, que haja esperança.