O presidente da Assembléia Legislativa, deputado Fernando Toledo (PSDB), já conversou com quem tinha de conversar sobre a sua nomeação para conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. É tudo o que Toledo quer e não é de agora – aliás, Toledo não se elegeu deputado para legislar, mas para barganhar a nomeação para o TC.
Ele nunca escondeu isso, mas já foi enrolado três vezes: 1) cedeu para a nomeação da conselheira Rosa Albuquerque; 2) cedeu para nomeação do deputado Cícero Amélio; 3) cedeu para a nomeação da deputada Cláudia Brandão.
E depois de tanto ceder ficará chupando dedo, porque não dá mais para a Assembléia Legislativa burlar a legislação e impor goela abaixo o quarto conselheiro eleito consecutivamente. Toledo não conseguiu convencer a Ordem dos Advogados do Brasil – que promete reagir contra sua indicação.
Toledo encontra-se agora diante do dilema de ter de apostar
no escuro. Ele pode ser o indicado pela Assembléia, com certeza será nomeado
pelo governador Téo Vilela, mas sua passagem pelo TC pode ser efêmera – uma ação
contestando a nomeação, com certeza, dará entrada na Justiça. E aí, como se diz, nem o mel nem a cabaça. Nem Assembléia nem Tribunal de Contas.
Isto porque, diante dos argumentos irrefutáveis, fica difícil acreditar que possa haver alguém na Justiça disposto a provar que berimbau é gaita – ou seja: que o Legislativo tem direito a quatro vagas consecutivas no TC.