Foi um portal de notícias quem primeiro denunciou o esquema de passagens aéreas no Congresso Nacional. Mais precisamente, foi o portal Congresso em Foco quem deu a pauta pela Internet à imprensa tradicional.

 

Tirando o fato que serve de marco na história da imprensa – a Internet consolida-se como poderoso meio de comunicação – o restante é pura hipocrisia. Aliás, a hipocrisia parece ser marca registrada no País – ainda que, independente de cor, raça e nacionalidade, a todos seja permitido ser hipócrita.

 

A imprensa nacional gosta. Faz parte do show aparecer à nação como vigilante, atuante, investigativa e independente, mesmo que depois não dê em nada; mesmo que seja tudo um faz de conta.

 

Lembram-se do carnaval com os fichas sujas? A imprensa alimentou a ilusão de que ser ficha limpa bastaria para o candidato a cargo eletivo. Induzindo a opinião pública à quimera, a imprensa passou a falsa impressão de que o candidato com ficha suja não conseguiria se candidatar.

 

Agora seja!

 

Nessa espetacularização dos fatos, todos erram: a Justiça que não pune o ficha suja; e a imprensa que referenda o blefe.

 

Em Maceió mesmo, pela primeira vez na história, um vereador foi eleito na cadeia. Estava preso e se elegeu com mais de 8 mil votos.

 

O esquema das passagens aéreas existe desde quando inventaram o avião. As companhias aéreas mantêm agências no Congresso Nacional e tratam diferentemente a clientela política. E muitos se beneficiam, inclusive jornalistas e sindicalistas, como colocou o presidente Lula.

 

Todo mundo sabia do esquema e muitos são beneficiários, mesmo não sendo deputado ou senador; mesmo não sendo parente.

 

E por que a campanha agora? Será que não se trata de armação para fragilizar ainda mais o Congresso Nacional – que está perto de garantir o terceiro mandato para Lula?