Nota da coluna de Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, sob o título “Exame” revela que em exames recentes, a governadora Roseana Sarney (PMDB) descobriu que seu aneurisma cerebral cresceu de 6 mm para 6,4 mm.

O aneurisma foi descoberto no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, durante check-up. Após a campanha eleitoral, a governadora queixava-se de dores na cabeça, mas acreditava ser em razão de estresse.

Segundo sua assessoria, a governadora sofre há anos com tumores e já realizou 20 cirurgias, entre elas no seio, no pulmão, no ovário e no útero.

A nota revela que a cirurgia vai ser marcada porque o TSE colocou um ponto final no processo de cassação do governador Jackson Lago.

Seu programa de governo  deverá contemplar as áreas de segurança pública, saúde e infra-estrutura. A governadora não aceita, por exemplo, que o abastecimento de água de São Luís esteja na situação em que se encontra, com grande parte da capital sem o fornecimento regular de água.

Convencida de que seus adversários colocaram em prática uma política de deixar que as grandes obras do seu governo em São Luís fossem destruídas - Lagoa da Jansen e Avenida Litorânea, por exemplo - ela adotará um programa de ação para restaurá-las imediatamente. Outra preocupação é com o Centro Histórico, onde o governo cassado não fez qualquer investimento expressivo, o que tornou a área de preservação numa área de risco.

Nas conversas com assessores e colaboradores políticos, Roseana Sarney deixa claro que não fará um governo de revanche nem de perseguições a quem quer que seja. Vai mudar a equipe principal nos três escalões, mas não pretende deflagrar uma campanha de caça a bruxas, como fez, de maneira grosseira e desrespeitosa, a turma comandada pelo governador Jackson Lago.

Aneurisma Cerebral. Saiba o que é:

Aneurisma cerebral é uma dilatação anormal de uma artéria cerebral que pode levar a ruptura da mesma no local enfraquecido e dilatado.

Uma comparação de como se parece um aneurisma é a dilatação ou irregularidade da câmara de um pneu. Formam-se irregularidades na superfície da câmara e em um destes locais há ruptura da mesma com perda de ar sob pressão. Nos indivíduos que têm aneurisma cerebral há a ruptura desta irregularidade da artéria cerebral e "vazamento" de sangue para um espaço virtual que existe no cérebro chamado de "espaço subaracnóide".

A ruptura inicial de um aneurisma cerebral leva à morte quase um terço dos pacientes. Alguns pacientes apresentam dois ou mais episódios de hemorragia do aneurisma cerebral. Em cada uma das hemorragias o risco de morte vai se somando.

Como se desenvolve?

A ruptura do aneurisma pode ocorrer durante toda a vida, mas é mais freqüente entre a quarta e quinta década de vida.

Muitas pessoas nascem com aneurismas cerebrais, os chamados aneurismas congênitos os quais, ao longo da vida, podem aumentar e romper.

Existem fatores de risco como parentesco de sangue próximo ao de alguém que já teve aneurisma, principalmente irmãos.

Outros fatores de risco são: hipertensão arterial, dislipidemias (alteração do colesterol e triglicerídeos), doenças do colágeno, diabete mélito (açúcar no sangue) e fumo.

O que se sente?

O sintoma mais comum é cefaléia de grande intensidade acompanhada de vômitos, convulsões e perda de consciência. Alguns pacientes desenvolvem ptose palpebral (queda súbita da pálpebra) acompanhado de cefaléia. Outros, perda progressiva da visão por comprometimento do nervo óptico por compressão do aneurisma.

Com o decorrer das horas a dor de cabeça pode evoluir para uma dor importante na nuca e levar a "rigidez de nuca" que é comum na meningite, ou dor nas costas e pernas. Isso ocorre por que o sangue escorre da cabeça para a coluna e "irrita" as raízes nervosas provocando dor nas costas.

Pacientes que não rompem o aneurisma cerebral podem ter sintomas de isquemias cerebrais de repetição, pois pode haver formação de pequenos coágulos dentro do saco aneurismático levando a liberação dos mesmos para a corrente sangüínea e "entupindo" pequenas artérias.

Como o médico faz o diagnóstico?

Os pacientes com aneurisma cerebral não roto apresentam dificuldade de diagnóstico por parte do médico. Os aneurismas não rotos não dão dor de cabeça. Algumas vezes apresentam-se como pequenas isquemias cerebrais ou queda da pálpebra. O especialista experiente deverá solicitar uma angiografia cerebral digital ou uma angiografia por ressonância magnética. Somente nos aneurisma muito grandes podemos fazer diagnóstico dos mesmo com uma tomografia computadorizada do encéfalo.

O diagnóstico de suspeição é feito pela história que o paciente conta quando o aneurisma é roto. Muitas vezes o paciente já chega em coma ao hospital. Cabe ao médico solicitar uma tomografia computadorizada do encéfalo que deve demonstrar sangue no espaço subaracnóide ou hematoma cerebral (coágulo dentro do cérebro).

Caso a tomografia computadorizada seja normal e o paciente apresente rigidez de nuca o médico procede a uma punção lombar para ver se há sangue no líquido que banha o cérebro e a espinha, chamado de "líquor". Nos pacientes com hemorragia por aneurisma cerebral o líquor - que é da cor da água - aparece avermelhado pelo sangue da hemorragia.

Como se trata?

O tratamento dos aneurismas não rotos deve ser avaliado, pois o risco anual da ruptura de um aneurisma é de 1,25 %, ou seja, o paciente pode escolher um momento adequado para o seu tratamento junto com seu médico.

Já os aneurismas rotos apresentam-se como uma urgência médica devendo ser tratados com máxima brevidade. Até o início da década de 90 o tratamento era feito exclusivamente através da cirurgia, que consiste em abertura do crânio e bloqueio do aneurisma com clipes (grampos) metálicos. Nem todos os pacientes podem ser tratados com cirurgia. Dependendo do estado de saúde do paciente e do local a ser alcançado, uma intervenção cirúrgica poderá ser perigosa. A partir da metade da década de 90, foi desenvolvido um método denominado embolização por cateter que consiste em introduzir um cateter na artéria da virilha e através do cateter, que é levado até ao aneurisma, promover o bloqueio do aneurisma com inserção de micro molas de platina. Nisto reside o tratamento endovascular, também conhecido como embolização. Há casos em que a estrutura vascular do paciente não permite a passagem do cateter. Nesses casos, não existe alternativa a não ser o tratamento cirúrgico. Recentemente foi desenvolvido novo material para tratar o aneurisma, chama-se Onyx. Trata-se de um líquido que se torna sólido no interior do aneurisma. O Onyx deverá substituir as molas de platina, mas sua utilização tem o mesmo conceito terapêutico.