Antes da Operação Taturana o duodécimo da Assembléia Legislativa era de R$ 8,5 milhões. Depois da Operação Taturana, quando se esperava a redução, deu-se o inverso: o duodécimo aumentou e hoje é de R$ 9,5 milhões.
Para se ter idéia da exorbitância do valor, vamos comparar com a Assembléia Legislativa de Minas Gerais - que tem 71 deputados, uma rádio, uma televisão e um jornal. O número de deputados estaduais em Minas Gerais é três vezes mais o número de deputados estaduais em Alagoas e o duodécimo da Assembléia mineira é de R$ 12,5 milhões.
Se a diferença entre o número de deputados estaduais é grande - três vezes mais em comparação com Alagoas - o mesmo não se dá com o duodécimo do Legislativo alagoano - que corresponde a 2 terços do duodécimo do Legislativo estadual mineiro.
Diz-se que, após a Operação Taturana, fez-se o enxugamento das despesas; extinguiu-se a famigerada folha 108, entre outras medidas. Se foi mesmo assim, como explicar o calote ao INSS?
Pois é; alguém está faltando com a verdade, o que, diga-se, não é novidade num Estado onde a sinceridade entre os homens públicos é raridade. É inconcebível tudo isto, não só pela gravidade do erro que caracteriza apropriação indébita, mas, sobretudo, por mostrar que o Legislativo estadual alagoano não tem jeito nem mesmo com a Polícia Federal à porta.
A contribuição do INSS foi descontada dos salários e o valor não foi repassado ao órgão. A irresponsabilidade levou à punição ao Estado - que ficou sem receber verbas federais. O pior é que o problema só foi resolvido porque o Executivo pagou a conta do Legislativo perdulário e irresponsável.
Pergunta-se: é justo que a sociedade pague a conta dessa farra interminável que consome todo o dinheiro do Legislativo?