A obra do Canal do Sertão está paralisada novamente e, desta vez, não se deve ao atraso na liberação do dinheiro, mas,  pior, por suspeita de superfaturamento.

Superfaturar obras públicos é uma prática antiga; não é exclusividade de Alagoas, pois vem desde o Império quando Pedro II criou a Pia Agrícola para gerenciar a construção de açudes e barragens no Sertão nordestino.

A Pia Agrícola foi extinta em seguida devido à corrupção e os órgão públicos que surgiram depois, até o atual DNOCS, todos também passaram por essa prática maléfica e hereditária.

Mas, pelo menos fizeram os açudes. No Ceará, por exemplo, são quase 100 açudes públicos e um deles é duas vezes a Baía da Guanabara.

A diferença é exatamente esta: em Alagoas eles superfaturam as obras públicas - que demoram para inaugurar.

Em quatro anos o ex-governador de Sergipe, João Alves, implantou o Projeto Califórnia irrigando o semi-árido de três municípios sertanejos sergipano. Em Alagoas,  a obra do Canal do Sertão começou em 1994 e já se passaram 14 anos sem que se tenha previsão de quando será concluído.

Durante esse período deu-se de tudo. Em 1995 o governo do Estado, irresponsavelmente, paralisou a obra sob o falso argumento de que precisava estudar a sua viabilidade econômica. Balela. Quando a obra foi reiniciada estava custando três vezes mais o valor do primeiro orçamento.

Agora, a obra foi paralisada porque o Tribunal de Contas da União descobriu o ralo por onde desviaram R$ 70 milhões em apenas dois meses.

Triste Alagoas. Oh! Quão dessemelhante.