Jornalista revela conspiração para derrubar Dilma

30/07/2015 09:23 - Voney Malta
Por Voney Malta

Jornalista e ex-professor da Universidade de Brasília, Hélio Doyle revel no site brasil247.com.br um movimento que articula o afastamento da presidente Dilma, que seria substituída pelo vice Michel Temer.

Participariam desse grupo ministros do próprio governo e até de tribunais. Até o discurso estaria sendo montado: Temer faria a convocação de um grande pacto contra a crise econômica e política. Teria o apoio imediato do PMDB, PSDB, PSB e de partidos governistas como PDT e PSD. PT e as demais siglas de esquerda estão fora das discussões.

Uma das estratégias desse movimento é forçar a saída de Joaquim Levy do ministério da Fazenda, assim criar um clima insustentável para o governo Dilma.

De minha parte, não cravo que Doyle tenha ou deixe de ter razão. No entanto, quando acompanhamos o clima tenebroso, destrutivo e terrivelmente exagerado mostrado pelos grandes meios de comunicação com relação ao momento político e econômico, ah, caro leitor, o cheiro de algo articulado é imenso.

E é assim que se começa e termina uma conspiração. Eleição apertada, pequena dificuldade econômica, divergências políticas, denúncias de corrupção e os grandes meios de comunicação dando intensa e imensa cobertura a esses fatos negativos.

E nada nunca é por acaso. Temos o pré sal, empresas como a Petrobras, bancos estatais, entre outras, com imensa capacidade comercial. E um monte de empresas e governos estrangeiros, defendidos por políticos como José Serra (PSDB), de olho nessa jazida.

Enquanto isso, algumas das maiores empresas brasileiras no banco dos réus com os seus dirigentes presos e praticamente julgados e condenados.

Uma crise significa oportunidade, não importa o verdadeiro tamanho dela.

Ou pode ser, simplesmente, que o texto não passe de uma bela teoria da conspiração.

Leia abaixo o texto do jornalista Hélio Doyle e tire suas conclusões:

Conspiração pró-Temer avança nos três poderes

Há em Brasília um movimento clandestino que envolve importantes figuras da República, dos três poderes. Seus participantes não falam sobre seus objetivos e agem com muito cuidado. Nas reuniões, geralmente à noite, os celulares são deixados fora da sala. Há extrema cautela nas conversas com jornalistas, para que nenhuma pista seja involuntariamente dada.

O que quer o movimento clandestino, do qual participam até ministros de Estado e de tribunais, é dar à crise política e econômica a solução que convém a seus participantes: o afastamento da presidente Dilma e a ascensão do vice-presidente Michel Temer. Que, elegante e inteligente, não participa de nenhuma conversa nesse sentido. Caso o objetivo dos clandestinos seja atingido, Temer simplesmente cumprirá sua função constitucional – jamais poderá ser acusado de ter conspirado em causa própria.

Para o grupo, Temer na presidência é a melhor alternativa. A convocação de eleições para presidente, depois do por eles desejado afastamento da presidente, fatalmente criaria um clima de beligerância política e social ainda maior do que o já existente. A campanha seria uma guerra e o ambiente econômico seria inexoravelmente deteriorado. Melhor que Temer assuma. Ele fará a convocação de um grande pacto contra a crise. Teria imediato apoio de todos os partidos, PMDB e PSDB à frente, com adesão, no desenho do grupo, do indefinido PSB e até dos hoje governistas PDT e PSD. Uma grande coalizão, e, como no governo de Itamar Franco, apenas o PT e partidos menores de esquerda ficariam fora.  

A opção de instaurar o parlamentarismo também não é considerada boa pelos clandestinos. Dilma continuaria presidente e o primeiro-ministro seria indicado por ela e aprovado pelo Congresso. Não poderia ser, claro, nem Eduardo Cunha, nem Renan Calheiros, nem outros com fichas não exatamente limpas. Os partidos teriam de fazer uma ampla coalizão para mostrar maioria e pressionar a presidente a escolher quem eles quiserem, mas a luta interna pela indicação poderia colocar tudo a perder. Sequer o PMDB e o PSDB têm unidade interna. Em vez de estabilidade, haveria mais instabilidade e o desgaste ainda maior dos parlamentares perante a população.

O grupo pró Temer trabalha para que a situação de Dilma se torne cada vez mais insustentável. A estratégia inclui sabotar o ajuste fiscal proposto pelo ministro Joaquim Levy, rejeitando no Congresso as medidas que levem a aumento de receita e corte de gastos e, em sentido contrário, aprovando mais despesas do governo. Um subproduto dessa ação, no entender dos clandestinos, poderia ser a renúncia de Levy, criando-se assim mais um problema para a presidente. Quanto pior, melhor.

O ponto forte da estratégia, naturalmente, é a exploração ao limite máximo das acusações de corrupção contra o governo. A tática é fazer com que as denúncias cheguem o mais perto possível de Dilma e de Lula. Da presidente, para facilitar sua derrubada. Do ex-presidente, para anular qualquer possibilidade de reação. Isso não quer dizer que os investigadores da Lava Jato estejam participando do movimento. Podem desejar o afastamento da presidente, mas não estão na conspiração.

A decisão do Tribunal de Contas da União, se contrária ao governo, seria o empurrão para justificar o impeachment. Para o grupo, o ideal seria que tudo isso levasse à renúncia de Dilma, para evitar mais comoções. Não é à toa que é grande a pressão sobre os ministros do TCU, que chegam mesmo a tentativas de chantagem. Até porque há alguns bem vulneráveis.

Assim, com ajuda de segmentos da imprensa, está criado o ambiente político para que a sociedade deseje a queda do governo e apoie os que o sucederem. Os conspiradores apostam nas manifestações planejadas para 16 de agosto para o sucesso do movimento.

O roteiro não é complicado. E está sendo executado. 

 

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