Policiais civis e militares participavam de grupo de extermínio em Pilar

01/07/2015 11:51 - Polícia
Por Paulo Chancey Junior* e Gilca Cinara
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Dois policiais civis e dois militares, sendo um deles oficial da Polícia Militar, integravam o grupo de extermínio que agia no município do Pilar. A investigação sobre o grupo – preso durante uma operação deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (01) – iniciou quando o Ministério Público Estadual (MPE) identificou mais de 287 homicídios ocorridos na cidade sem autoria.

O número chamou a atenção do promotor Jorge Dória, que solicitou o apoio do judiciário alagoano,  através do juiz da comarca Sandro Augusto, e da PF. Na operação, 12 pessoas foram presas acusadas de homicídios, envolvimento com o tráfico de drogas, roubo e comércio ilícito de armas e munições. Um dos policias civis foi identificado como Kleber Cardino Pinto, segundo advogado de defesa Welton Roberto. 

Durante coletiva de imprensa, o chefe do Departamento dos Direitos Humanos da Polícia Federal, Ronaldo Campos, detalhou que a investigação para identificar a autoria desses crimes teve início em 2014, quando foram analisados inquéritos policiais concluídos no período do segundo semestre de 2013 e o primeiro de 2014.

“Com isso, nós começamos a colher elementos concretos que apontavam para essas autorias e a ligação entre essas pessoas. O material apreendido nessa operação será analisado e periciado para colher mais informações”, apontou o Campos. Segundo ele, o grupo de extermínio é integrado por pessoas que visavam colaborar com a diminuição da violência local, mas com o tempo esse controle foi perdido e passou atingir pessoas inocentes, como as testemunhas dos crimes.

Os mandados de prisões foram cumpridos, em Maceió, Penedo e São Miguel dos Campos e o restante na cidade do Pilar, local dos crimes. O delegado Fábio Maia, do departamento de Combate a Crimes Organizados, esclareceu que o grupo não continha um chefe ou um comandante da organização.

Segundo Maia, no período do segundo semestre de 2013 e o primeiro de 2014 foram analisados 14 casos de homicídios, entre eles 10 apontam a participação dos acusados. Um das características encontrada em quase todas as vítimas foi o tiro no pescoço. De acordo com a PF, essa já foi a execução da segunda etapa da operação, de forma mais ostensiva, com a prisão dos envolvidos.

O promotor Jorge Dória acredita que essas prisões, a polícia possa chegar a autoria dos demais inquéritos policiais concluídos. Os 12 presos foram ouvidos na sede da PF no bairro de Jaraguá. Os policiais civis serão encaminhados para a Delegacia Geral, os militares para o quartel e os demais, para a Casa de Custódia da capital alagoana.

A pena para os acusados pode chegar a mais de 30 anos de prisão.

*Colaborador

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