Paulão: “é PMDB quebrando cabeça com PMDB”

23/04/2015 15:35 - Geral
Por Eliane Aquino
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O deputado Paulão, presidente do PT alagoano, está convencido de que o governo federal vai mesmo contingenciar os recursos do fundo partidário. Ele não vê alternativa que não essa, no atual momento de ajuste econômico porque passa o país.

Conversei nesta manhã com Paulão e ele me disse que na hora de escolher, entre aplicar recursos na saúde, na educação e áreas sociais ou em partidos políticos, não restam dúvidas de que a presidente Dilma e a equipe técnica do governo não hesitarão em deixar de lado o fundo partidário.

Segundo ele, foi prudencial a fala do vice-presidente, Michel Temer, sobre o contingenciamento desses recursos, mas esclarece que a medida que aumentou de R$ 289,5 milhões para R$ 867,5 milhões o valor da verba do fundo partidário, não tem origem no executivo.

“Se há equívocos, não são da presidente Dilma”, diz Paulão.

De fato. A verba de assistência aos partidos políticos está inserida no Orçamento da União, colocada na matéria pelo relator deputado Romero Jucá (PMDB), debatida e aprovada por unanimidade pelo Congresso Nacional.

O que a presidente Dilma fez foi sancionar a medida.

Para Paulão, a polêmica criada nada mais é do que o “PMDB quebrando cabeça com o próprio PMDB”.

É que a autoria da proposta é do senador Romero Jucá, do PMDB, partido do presidente do Senado, Renan Calheiros, que critica a presidente Dilma por não ter vetado aumento. Também do PMDB, o vice-presidente Michel Temer, que defende o contingenciamento dos recursos.

“O senador Romero Jucá é homem de confiança do PMDB, é da cúpula do PMDB”, me disse o deputado petista.

Ou seja, seria impossível que a medida proposta no Orçamento Geral da União sobre os recursos para os partidos políticos tivesse passado despercebida pelo senador Calheiros.

Paulão também me disse que não acredita que as siglas partidárias tentem pressionar Dilma a liberar a verba sem contingenciamento. “Isso seria um suicídio político”, reage, apontando a fiscalização e a presença do povo nas ruas como impedimento para isso.

Uma coisa é certa: sem o aumento na verba partidária, e com a Lava Jato acuando as doações empresariais, vai ser preciso muita criatividade para a sobrevivência da grande maioria das legendas políticas no Brasil.

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