Renan Filho diz que fez funcionar sistemática do Brasil Mais Seguro

20/04/2015 12:37 - Geral
Por Davi Soares
Image

Desde quando foi se arrefecendo o primeiro impacto das ações do programa Brasil Mais Seguro contra a violência em Alagoas, as primeiras críticas apontavam para a falência do conjunto de medidas anunciado em 2012 pelo ministro da Justiça José Eduardo Cardozo como a única saída para a redução das mortes violentas no Estado campeão de criminalidade do país. Mas o discurso da oposição o ex-governador Teotonio Vilela Filho já não cabe no novo contexto dos números oficiais, obtidos a partir da nova gestão da segurança pública, conduzida pelo governador Renan Filho (PMDB) e pelo secretário Alfredo Gaspar de Mendonça.

Mas pelas palavras do próprio governador, não se pode concluir que o novo cenário é fruto do afastamento da linha de atuação do Brasil Mais Seguro. Muito pelo contrário, Renan Filho garante que a queda da violência tem ralação com a sistemática do tão criticado programa, que, agora, estaria funcionando.

“O Brasil Mais Seguro tem uma sistemática. E ela está funcionando. Porque, qual a lógica do Brasil Mais Seguro? É reduzir impunidade, integrar as forças policiais, Civil, Militar, Corpo de Bombeiros, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal, guardas municipais, reduzir a impunidade de ocupar as áreas mais violentas, com saturação, para desestruturar o tráfico”, explicou o governador, ao ser questionado se o Brasil Mais Seguro realmente havia falido.

Renan Filho expôs como exemplo da saturação a sequência de acontecimentos que originados de um homicídio no bairro do Vergel. Como a maioria dos crimes está relacionado com o tráfico, a estratégia de ocupação da área após um crime estaria destro desta sistemática do Brasil Mais Seguro.

“A polícia vai investigar, identificar quem matou e ocupar a área. O traficante passa dias sem vender droga. Porque, quando a polícia está lá, não tem comércio de drogas. Ele sabe que, se ele matar, ele vai botar a polícia dentro do bairro dele. Então, isso, psicologicamente, faz com que o cara não tenha o interesse de estar matando pessoas. Porque toda vez que ele mata, traz a polícia para perto dele. Isso é a saturação, que é importante também”, exemplificou Renan Filho.

Para além da polícia

A estratégia da saturação, segundo o governador, é fundamental. Mas Renan Filho admite que o caminho é longo e outras ações devem ser feitas para ir reduzindo cada vez mais a violência a um patamar “cada vez mais aceitável”. E prevê que, além das ações de policiamento, a atuação nas áreas sociais e pequenas intervenções de urbanização devem ser promovidas, ao longo de seu governo. Para isso, quer articular, além das forças de segurança, secretarias e prefeituras.

“Para reduzir mais, temos que melhorar a educação, gerar oportunidade, saúde, iluminação, acesso a bairros... Então, nós vamos começar agora o ‘Pequenas Obras, Grandes Mudanças’, que vai levar acesso a grotas, levar esportes para dentro das grotas, vai fazer campo de futebol e uma série de coisas que precisaram da criação das secretarias de Esporte e de Transportes e Desenvolvimento Urbano”, antecipou Renan Filho.

O governador também tem previstas as seguintes ações para dar suporte às ações do Brasil Mais Seguro em Alagoas:

- Entrega de mais 60 motos para a Polícia Militar, em um formado mais ágil de policiamento em horário de pico;

- Iniciar a integração das polícias nos municípios, construindo seis ou oito centros de integração no interior e na capital, em curto prazo;

- Dois centros de detenção provisórios no interior, um em União dos Palmares e o outro em Arapiraca, com estrutura dos novos presídios de Alagoas e mais qualidade;

- Repassar para a Segurança Pública todo o resultado positivo da receita do Detran, em medidas concretas;

O avanço das ações de segurança pública para além da repressão policial é um caminho importante e bastante óbvio a seguir. E se o governo do PMDB mantiver a mesma disposição que suas forças policiais têm demonstrado ter, algo de mais concreto pode ser alcançado, para além do impacto psicológico de uma mudança de governo que intensificou a tendência de queda nos números oficiais da criminalidade, iniciada em agosto de 2014.

Manter a curva estatística descendo será um desafio para esses primeiros meses de governo. Toda a sociedade torce para que a pacificação seja construída de forma sustentável e com uma sistemática legal e cidadã, como deve ser a atuação do Estado.

Comentários

Os comentários são de inteira responsabilidade dos autores, não representando em qualquer instância a opinião do Cada Minuto ou de seus colaboradores. Para maiores informações, leia nossa política de privacidade.

Carregando..