Em entrevista, Aécio Neves parte para o ataque e diz que “Renan e Cunha” comandam o país

22/03/2015 17:25 - Blog do Vilar
Por Lula Vilar
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Durante uma entrevista concedida à revista IstoÉ, o senador mineiro Aécio Neves (PSDB) - que tem sido exposto como o mais importante líder da oposição ao governo Dilma Rousseff (PT), desde que perdeu a eleição presidencial em 2014 por uma diferença apertada de votos - partiu para o ataque diante do atual momento vivenciado pela presidente; que aparenta ser o de completo isolamento político diante da crise econômica, das denúncias de corrupção envolvendo Executivo e Legislativo, e da desaprovação popular, conforme pesquisa do DataFolha.

Ao analisar o quadro, Aécio Neves “aproveitou” a entrevista para alfinetar os dois peemedebista mais importante de Brasília (DF): o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, e o presidente da Câmara de Deputados, Eduardo Cunha. O PMDB é o partido da “governabilidade” e é visível a dependência que o PT tem dos peemedebistas para aprovar matérias no Congresso Nacional.

Na tentativa de ter maior independência em relação ao PMDB, o ex-ministro da Educação, Cid Gomes, foi escalado para o primeiro escalão do governo federal justamente para construir uma frente que envolvesse partidos como o PROS e o PSD. Deu no que deu e Cid Gomes acabou “caindo atirando” na Câmara de Deputados, como se viu em toda a imprensa nacional e local.

Neste cenário, Aécio Neves foi entrevistado pelo jornalista Eumano Silva, que abriu o bate-papo indagando ao tucano “o que estaria acontecendo no Brasil”.

Neves abriu a resposta atacando a gestão da presidente Dilma Rousseff. “Este governo terminou antes de começar. O Brasil hoje tem um interventor na economia (o ministro da Fazenda, Joaquim Levy), de quem a presidente é dependente. Ele cumpre uma agenda que não é aquela proposta pela presidente da República durante a campanha”, colocou.

O tucano frisou que - em sua visão - o Brasil tem vivenciado uma experiência de “parlamentarismo” do ponto de vista político-administrativo. Foi aí que alfinetou Calheiros e Eduardo Cunha: “a presidente não sabe ainda, mas quem governa o Brasil hoje é Renan Calheiros, na presidência do Senado, e Eduardo Cunha, na Câmara de Deputados. E olha que são personagens que vivem um momento delicado”.

“Enquanto isso os indicadores econômicos se deterioram, as denúncias de corrupção cada vez chegam mais próximas da cúpula do PT e dos beneficiários dessa grande organização criminosa, como nomeia a Polícia Federal, que se instalou na Petrobras”, complementou.

Apesar do discurso duro, Aécio Neves ressaltou que o pedido de impeachment da presidente não faz parte da agenda do PSDB. “Precisa de alguns componentes que ainda não se colocaram”, resume. 

Sobre seu nome também ter sido citado nas investigações da Operação Lava-jato (o PT ainda pretende pedir que ele seja investigado), o tucano afirmou inocência. “Abram todas as investigações. Ninguém no Brasil foi tão investigado como eu, que sou adversário frontal do PT. Eu recebi atestado de idoneidade de todos os órgãos públicos. Na verdade, isso é uma ação de um deputado estadual de Minas Gerais que busca um pouco de publicidade para sua atuação”.

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