O fim do impeachment e a “denúncia” contra Aécio Neves

05/03/2015 10:03 - Voney Malta
Por redação

A estúpida tese de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff defendida por antipetistas e simpatizantes dos tucanos esta sepultada. A falta de dados concretos e legais que vinculem o esquema de corrupção na Petrobras a atual e ao chefe anterior do executivo federal – Lula da Silva – além do pedido de investigação ao STF contra o presidente da Câmara e o do Senador, Eduardo Cunha e Renan Calheiros, foi a pá de cal.

É fato que a lista de Janot foi recebida com alívio pelo governo federal e pela oposição. No primeiro caso porque Dilma divide com o PMDB e o Congresso, especialmente, todos os holofotes da crise. Já no caso da oposição porque Aécio Neves quase é atingido por um violento petardo.

Explico: a estrela dos tucanos foi citada pelo doleiro Alberto Youssef. Mas o senador não vai ser investigado no caso da Petrobras. Só que informações foram concedidas. O juiz Sérgio Moro considerou essas informações importantes, mas não estão relacionadas especificamente ao caso da Petrobras.

Embora o juiz e os procuradores tenha conhecimento  que o senador Aécio neves (PSDB-MG) foi procurado pelo empreiteiro Marcelo Odebrecht para que as investigações no campo político não fossem tão profundas.

E o que teria dito o doleiro Youssef? De acordo com reportagem do Estadão, Youssef teria afirmado que Aécio recebeu, através de sua irmã, propina da Furnas, estatal do setor elétrico.

O sentimento de conspiração em Brasília é imenso e intenso. Há quem acredite que os nomes de Calheiros e de Cunha só apareceram na denúncia ao STF por articulação dos petistas. Assim como a não inclusão do de Aécio teria sido um recado para os opositores. Assim está o clima na capital federal.

De qualquer forma, está claro é que nos casos em que os nomes de políticos são citados as informações estão no condicional: teria recebido, ouvira dizer, enfim. Por isso é preciso aguardar as investigações, os inquéritos e as comprovações de que o que foi dito em termos de delação premiada há como ser comprovado. Caso contrário, não levará a nada.

Leia abaixo trecho da reportagem do Estadão sobre o envolvimento de Aécio neves:

“Em delação premiada à qual o Estado de S. Paulo teve acesso, o delator Roberto Yousseff afirmou que Aécio Neves teria recebido dinheiro fruto de propina de Furnas, estatal do setor elétrico, por meio “de sua irmã”, sem citar nomes ou detalhes. Aécio tem duas irmãs, Angela e Andrea – a última trabalhou no governo mineiro e na campanha eleitoral de 2014.

O termo de colaboração número 20, que registra confissão do doleiro feita no fim do ano passado, tem como “tema principal: Furnas e o recebimento de propina pelo Partido Progressista e pelo PSDB”. Além de Aécio, são citados o ex-deputado do PP José Janene, morto em 2009, e um executivo da empresa Bauruense.

O pedido de arquivamento é um dos sete feitos na terça-feira pelo procurador-geral. No mesmo dia, Janot solicitou ao Supremo autorização para investigar 54 pessoas em 28 inquéritos. Os pedidos estão sob relatoria do ministro Teori Zavascki.

Youssef relatou aos investigadores que recolheu dinheiro de propina na Bauruense, prestadora de serviços para Furnas, cerca de dez vezes. Em uma delas, foi informado que o repasse não seria feito integralmente – faltariam R$ 4 milhões porque “alguém do PSDB” havia coletado essa quantia antes.

Indagado pelos procuradores, Youssef declarou não ter informação de quem havia retirado parte da comissão, mas afirmou “ter conhecimento” de que o então deputado federal Aécio Neves teria influência sobre a diretoria de Furnas e que o mineiro estaria recebendo o recurso “através de sua irmã”, segundo o texto literal da delação. O delator disse “não saber como teria sido implementado o ‘comissionamento’ de Aécio Neves”.

Na delação, o doleiro descreve que “de 1994 a 2001 o PSDB era responsável pela diretoria de Furnas”. Youssef declarou que recebia o dinheiro destinado a Janene em Bauru (SP) e na capital paulista e o enviava a Londrina (PR) ou Brasília. No depoimento, ele afirmou que os diretores da Bauruense poderiam fornecer mais informações sobre Furnas e que a empresa já responde a inquérito no STF.”

 

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