Sinteal vê "revolução da educação" sem planejamento em novo governo

28/01/2015 10:00 - Geral
Por Davi Soares
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A presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Estado de Alagoas (Sinteal), Célia Capistrano, garantiu que a entidade também tem lutado em favor da convocação dos cerca de 1.500 professores da reserva técnica do último concurso da Educação. A dirigente sindical considerou ainda absurda a possibilidade do vice-governador e secretário da Educação de Alagoas, Luciano Barbosa (PMDB), de continuar convocando monitores e mantendo a precarização do ensino público, no governo que promete “revolucionar” a educação. Célia também demonstra desconfiança o projeto de municipalização do ensino fundamental.

Célia Capistrano reagiu também a protestos de alguns integrantes da reserva técnica, que vêm reclamando de omissão por parte do Sinteal, na luta pela efetivação de professores concursados. Ela lembrou que estaria na reunião marcada para segunda-feira (26) com o secretário, que acabou sendo desmarcada por conta dos compromissos que Luciano Barbosa priorizou em seu reduto político, Arapiraca. E argumentou que a reunião foi suspensa e não houve nenhum comunicado das pessoas da reserva técnica para discutir qualquer questão, após a suspensão da audiência.

“O Sinteal está fazendo seu trabalho e dialogando com a reserva técnica. Estamos denunciando as carências. Mas o governo quer trabalhar com a contratação temporária, e está chamando monitores. O que é um absurdo. Somos contra a precarização do trabalhador, até porque não dá continuidade a um trabalho ou programa que o professor vem fazendo com as turmas. É uma desorganização do Estado. Ao tempo em que a Justiça autoriza, virou uma prática no governo anterior e o atual ainda está esperando que se conclua a matrícula. Mas queremos apostar que, concluindo a matrícula, comecem a chamar o pessoal da reserva técnica. Porque o pleito deles é mais do que justo. E estamos juntos nesta luta. O que vimos foi sobrar dinheiro da educação, sem estruturação da rede e valorização dos trabalhadores”, afirmou Capistrano.

A presidente do Sinteal ainda questionou o modelo de educação integral que será implantado no ensino médio, sem contar com o reforço da convocação da reserva técnica, e utilizando mão de obra do Pronatec e de parcerias com a iniciativa privada. Capistrano afirma que tal medida, aliada à municipalização do ensino fundamental e à suspensão do ensino normal médio (magistério pedagógico), causa preocupação por sinalizar que a prometida “revolução” na educação começa a ser feita sem planejamento.

“Nos preocupa muito essa dita revolução na educação sem haver planejamento. Já temos muita preocupação, com o governo acenando para ir reduzindo até acabar com o ensino normal médio do magistério, quando a lei garante que as pessoas com a formação desse curso se dediquem às séries iniciais. Queremos discutir e acompanhar essa questão. E outra que nos preocupa muito essa dita municipalização, que deve ser feita de uma forma organizada. Não deve haver uma nova ‘prefeiturização’. Porque ninguém pode chegar e dizer para o município ‘toma que o filho é teu’. Porque alguns municípios não estão nem dando conta de sua própria responsabilidade que é com toda a rede de ensino infantil. Existe 215 mil alunos de educação infantil sem assistência. Como entregar todo o ensino fundamental para os municípios?”, questionou Célia Capistrano.

Luciano Barbosa afirmou ontem, em entrevista à Gazetaweb, que não há previsão para a convocação da reserva técnica. E a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Educação negou que monitores já estivessem sendo convocados. Na terça-feira (27), integrantes da reserva técnica protestaram nas ruas do Centro de Maceió.

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