Advogado acusado de facilitar fuga de presos diz que foi vítima de armação

26/01/2015 10:09 - Maceió
Por Paulo Chancey Junior e Vanessa Siqueira
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Depois de ser apontado como o facilitador da fuga de quatro detentos do presídio Baldomero Cavaltanti, ser preso e conseguir um Habeas Corpus, o advogado Gustavo Alves de Andrade falou sobre o episódio nesta segunda-feira (26). Ele se diz vítima de uma armação orquestrada pelos detentos e que após provada sua inocência, pode processar o Estado por danos morais.

Em uma coletiva de imprensa ao lado de seu advogado, Thiago Pinheiro, e membros da Associação dos Advogados Criminalistas de Alagoas (Acrimal), Gustavo contou detalhes de como chegou até os presos. Ele disse que recebeu uma ligação de um dos detentos afirmando que gostaria de contratar seus serviços para tentar soltar alguns dos reclusos e que receberia R$ 150 mil como honorários para atuar na defesa.

Ele desmentiu a informação de que teria combinado um valor para atuar na fuga e que chegou a entregar uma arma a um dos detentos. “Quando eu cheguei ao Baldomero já vi os detentos rendendo os agentes. Não passei arma para ninguém, até porque os presos passam por um detector de metais e só teria acesso a eles no parlatório”, rebateu.

Gustavo ainda questionou o motivo pelo qual o diretor da unidade prisional e os agentes não foram ouvidos durante as investigações do caso. “Tenho 15 anos de carreira que foram jogados no lixo. Quero contribuir com as investigações e já autorizei a quebra do sigilo telefônico e darei todo o suporte para que isso seja esclarecido”, reforçou.

O advogado Leonardo Morais, vice-presidente da Acrimal disse ao Cada Minuto que sete membros da Associação irão acompanhar toda a investigação. Ele também questionou o motivo de Gustavo ter sido preso em flagrante por um crime considerado de baixo potencial. Ele disse também que caso seja comprovada a inocência de Gustavo a Associação irá ingressar com uma ação contra o Estado por danos morais.

O caso

Quatro reeducandos conseguiram fugir em uma camionete após fazer reféns e deixar uma pessoa ferida no Baldomero Cavalvanti na noite do último dia 14.

De acordo com a Secretaria de Defesa Social, os detentos teriam pedido para conversar com o advogado da unidade e aproveitado o ensejo para render os gerentes geral, Thiago Nelson, e de disciplina, Michael Sarmento, dos quais roubaram uma pistola particular e registrada, além de um revólver de calibre 38,  pertencente ao estado. Thiago Nelson foi levado como ‘escudo’ até a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), para garantir a fuga, de onde os detentos teriam furtado um veículo Fiat Strada e liberado em seguida, ileso.

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