Renan Filho quer liderar pacificação, mas nega postura de xerife

15/12/2014 06:33 - Geral
Por Davi Soares
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Ao informar com exclusividade ao CadaMinuto Press sobre o futuro das políticas de segurança pública em Alagoas, o governador eleito Renan Filho (PMDB) demonstrou que pretende realmente liderar o que ele garante que será a retirada de Alagoas do topo do ranking dos estados mais violentos do Brasil. Mas esta liderança tem um viés diferente da figura do tradicional “coroné”, tão comum em cada recanto deste Estado. Segundo Renan Filho, Alagoas não terá nele a figura de um xerife, mas de um político comprometido com a reversão destes índices de violência, por meio da integração das políticas pública e da ampliação do programa Brasil Mais Seguro.

“Não é assumir essa responsabilidade e controle, no sentido de ser xerife. O que vou fazer é assumir a responsabilidade de liderar o enfrentamento da violência em Alagoas. Isso aí eu disse na campanha, reafirmo e já estou fazendo. Não estou pedindo para ninguém vir tocar esse trabalho. Estou vindo pessoalmente, acompanhando tudo, [em Brasília]. E isso, diga-se de passagem, é o que recomenda o Ministério da Justiça, é o que sugere as polícias Civil e Militar, que tenha alguém que lidere. Falta um pouco isso”, afirmou Renan Filho, ao sair de uma das reuniões de que participou com gestores e técnicos do Ministério da Justiça, em Brasília, na semana passada.

Críticas à atual gestão

Quando questionado sobre a opinião de alguns de seus aliados, que aponta para uma falência do Brasil Mais Seguro, Renan Filho respondeu que tal visão é culpa da falta de execução, por parte do Estado, de algumas das ações previstas para serem realizadas. E depois de sugerir certa incompetência do atual governo de Teotonio Vilela Filho (PSDB), o peemedebista se comprometeu em repactuar a matriz de responsabilidades do programa, incluindo novas ações, em parceria com o governo de sua aliada Dilma Rousseff.

“Vamos anunciar várias medidas que vão robustecer o Brasil Mais Seguro, com um novo plano de segurança que vamos lançar em Alagoas, colocando todas as secretarias para trabalhar articuladamente para reduzir a violência. Pois a violência não é só de polícia. É um problema de Estado, de Justiça, de Ministério Público, das outras pastas. O Ministério da Justiça quer ajudar Alagoas, conhece a realidade de Alagoas, porque já esteve presente. O Brasil Mais Seguro tem boas ações, mas elas precisam ser executadas. Teve muita coisa que o atual governo não executou. Mas, de toda forma, estamos repactuando a matriz de responsabilidade, incluindo coisas novas. Por exemplo, o sistema penitenciário, que é muito importante na segurança pública, não entrou no primeiro Brasil Mais Seguro. De forma que a gente está incluindo agora. E outras coisas mais. Estamos definindo de uma forma mais clara o papel da Força Nacional, o aumento do efetivo e como ela vai atuar”, antecipou o governador eleito.

As declarações de Renan Filho, unidas à reafirmação do compromisso de fortalecimento da 17ª Vara Criminal da Capital, do Conselho Estadual de Segurança Pública e de demais órgãos de combate ao crime, apontam para um cenário de esperança para o alagoano. Mas como toda transição tem resquícios da paisagem da campanha eleitoral, é preciso estar atento a cada medida a ser tomada desde já, pelo governador, por sua equipe e pelos seus aliados. 

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