Não é de hoje que a revoada de ex-aliados do governo de Teotonio Vilela Filho (PSDB) povoou a chapa do candidato a governador Benedito de Lira (PP). Todas as espécies de políticos vindos de partidos que participaram das gestões de Téo já andam extrapolando na hora dos discursos, posando de oposição ao governo que construíram.

As falas acabam virando uma autocrítica à chapa liderada por Biu e nascida graças à campanha de reeleição do atual governador.

Mas se a classe política resolver dar a devida importância à coerência, a postura crítica dos novos opositores do legado de Vilela deve mudar a partir do recente pouso de vários tucanos na coligação “Juntos com o povo pela melhoria de Alagoas” (PPS/PP/PSDC/PRP/PR/PSL/PSB/DEM/SD).

Representantes da cúpula do PSDB e outros líderes políticos tucanos que contribuíram com os governos de Téo já andam pedindo votos para a coligação de Biu pela capital e pelo interior do Estado.

Mas devem ter o discurso limitado a meros pedidos de votos. Porque darão espaço à demagogia se partirem para o combate contra o próprio legado. Nesse caso, será melhor construir uma retórica com reticências do que provocar interrogações e exclamações no eleitorado.

A caravana tucana que apoia Biu de Lira é coordenada pelo deputado estadual tucano Joãozinho Pereira, ex-líder do governo Téo na Assembleia Legislativa e recebeu recente reforço declarado do presidente tucano do Legislativo, Fernando Toledo.

A base quase governista de Biu também é reforçada pelos prefeitos do PSDB Peu Pereira, de Teotônio Vilela; Pauline Pereira, de Campo Alegre; Lucila Toledo, de Cajueiro, e pelo presidente da Associação dos Municípios de Alagoas (AMA), Jorge Dantas, que é prefeito de Pão de Açúcar. E tem quase todos os partidos saídos do governo tucano.

As amarras da Frente Popular

A coligação “Com o povo pra Alagoas melhorar” (PV/PTdoB/PMDB/PROS/PCdoB/ PSC/PHS/PTB/PSD/PDT/PT) quer eleger Renan Filho (PMDB) governador com discurso de oposição. Mas a retórica não é tão elástica assim na chamada Frente Popular.

Além de ter o líderes políticos como o deputado federal Givaldo Carimbão (PROS), que ainda mantém indicados na gestão de Téo, também já havia recebido o apoio de prefeitos tucanos, antes da campanha. Os gestores tucanos que apoiam Renan Filho são James Ribeiro, de Palmeira dos Índios; Eustaquinho, de Capela; Jarbas Omena, de Messias; João Carlos Rodrigues, de Senador Rui Palmeira; e Jarbas Ricardo, de São José da Tapera.

Ou seja, nem Biu nem Renan Filho tem liberdade absoluta para fazer oposição ao governo de Teotonio Vilela.