Como havia antecipado este blog,  o ambiente era de tensão no ninho tucano e – como foi apurado – havia a discussão em andamento, desde a noite de ontem, sobre a desistência da candidatura ao governo do ex-procurador-geral de Justiça, Eduardo Tavares (PSDB).

A informação foi confirmada por pessoas ligadas a Tavares. O governador de Alagoas, Teotonio Vilela Filho (PSDB), também se pronunciou sobre o assunto, confirmando que Tavares não mais se fará presente na disputa.

A saída do tucano pode alterar o cenário, uma vez que era a terceira força política no processo, conforme as pesquisas. Eduardo Tavares ainda não havia alcançado dois dígitos nas recentes pesquisas de opinião, mas era um nome que dificultava que a eleição fosse “resolvida” no segundo turno.

A tendência é que sem a candidatura de Tavares, a eleição polarize entre os grupos do deputado federal Renan Filho (PMDB) e do senador Benedito de Lira (PP). Ambos lideram as pesquisas eleitorais. Caso não polarize, será uma surpresa, em função das demais candidaturas do pleito ainda não terem pontuado.

De acordo com informações de bastidores, Tavares desistiu diante das dificuldades de viabilizar a campanha. O candidato já não vinha cumprindo a agenda política e tinha apenas como aliado o PRB do ex-vereador Galba Novaes, que disputa uma das cadeiras da Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas.

O PSDB – diante da dificuldade de formalizar alianças – acabou chegando ao processo eleitoral com pouco tempo de televisão. Além disto, as prioridades passavam a ser os candidatos proporcionais. Entre eles, a candidatura a deputado federal de Pedro Vilela (PSDB).

A candidatura Tavares também enfrentada a “central de boatos” que sempre a colocava como fruto de uma aliança branca. O próprio tucano chegou a negar isto em entrevista a este blogueiro, afirmando que estava no pleito para valer.

Faltou também apoio de alguns “palacianos” que se dividiam – ainda que sem assumir – entre as candidaturas de Renan Filho e Benedito de Lira. Logo, segundo os bastidores, Eduardo Tavares – que foi uma escolha pessoal de Teotonio Vilela Filho para a disputa do pleito – estava cada vez mais isolado e, consequentemente, desmotivado a encarar a campanha.

Uma fonte diz que – nos últimos dias – Tavares mal participou de atividades ligadas às eleições de 2014.  Mais uma decisão política que mostra o fim melancólico da Era Vilela que sequer conseguiu construir uma candidatura de sucessão viável e assistiu – passivamente – a debandada de todos os aliados. O grupo que sempre deu sustentação ao governo forma hoje o palanque de Benedito de Lira: PSB, PPS, PP e PR. Os tucanos encerram a gestão em completa solidão. Inabilidade política de um governador acostumado com processos eleitorais desde o final da década de 80 quando chegou ao Senado Federal? Uma pergunta que só o futuro poderá responder.

Vilela fala que oficialmente: “Com tristeza, acabei de ser comunicado por Eduardo Tavares que ele desistiu da candidatura ao Governo do Estado. Lamento profundamente essa decisão. Continuo convencido de que a história pessoal, a postura pública e o compromisso dele com uma Alagoas melhor, o capacitam para ser um excelente candidato e um grande governador. De toda forma, estarei junto com o PSDB na disputa eleitoral para assegurar o projeto de mantermos o nosso Estado no rumo do desenvolvimento, com políticas públicas fortalecidas e ampliadas”.

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