Biu joga pesado e pode subir no palanque de Eduardo Campos

20/04/2014 09:22 - Geral
Por Davi Soares
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Sem o apoio efetivo do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), o senador e pré-candidato ao governo do Estado, Benedito de Lira (PP), voltou a “jogar pesado” contra os riscos de isolamento político e de esvaziamento dos partidos de sua base de apoio. Desde que Vilela anunciou o nome de Eduardo Tavares como pré-candidato à sua sucessão pelo PSDB, Benedito viu o PROS cair nos braços de oposicionistas e tenta não perder mais tempo de propaganda eleitoral, fundamental para o marketing político que tem cada vez maior peso no resultado das urnas.

O “jogo pesado” de Benedito nada tem relação com jogo sujo, mas com uma estratégia de unir forças com líderes partidários nacionais, que podem arregimentar ou manter siglas partidárias ao seu favor. O PROS do deputado federal Givaldo Carimbão está mais sintonizado com o projeto do pré-candidato Renan Filho (PMDB). E só com a eventual perda desta sigla, Benedito perde 50 segundos de tempo de TV e rádio. O que representa muito, diante dos 6 minutos e 33 segundos que teria com uma coligação com o PROS, PP, PR, PSD e Solidariedade.

No palanque de Campos

Na busca pela confirmação ou não da suposta desistência de Alexandre Toledo (PSB) da disputa pelo governo de Alagoas, para ser vice de Eduardo Tavares, o blog ouviu o parlamentar do PSB revelar que o senador Benedito de Lira (PP) estuda a possibilidade de subir no palanque do governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), que disputará a Presidência da República contra a petista Dilma Rousseff. Alexandre Toledo negou a desistência e não cogita a possibilidade de ser vice, nem de Tavares, nem de Benedito.

“Quem tem conversado mais com o PSB e com a gente é o senador Benedito de Lira. Temos sentado muito para conversar e temos trocado ideias. Ele propondo aí, que a gente forme uma... Na realidade, pode existir a possibilidade de ele vir a apoiar o Eduardo Campos. Mas não tem nada definido. Isso ainda pode existir com qualquer partido do mesmo grupo. Mas o PSB tem candidato. Apenas o PSDB que tinha Marco Fireman e Luiz Otávio Gomes e, agora, decidiu anunciar o Eduardo Tavares. Mas as outras candidaturas estão mantidas. E, em hora nenhuma, foi cogitada a minha desistência da candidatura do PSB. E não teve conversa nenhuma com o Eduardo Tavares”, garantiu Alexandre Toledo.

Incoerência estratégica

A contradição é fato recorrente na política partidária. Mas um eventual apoio de Benedito à candidatura presidencial do PSB iria expor duas grandiosas contradições. Porque Benedito ainda faz parte do governo de Teotonio Vilela Filho (PSDB), no comando da pasta da Educação; e também faz parte da base de aliados à gestão da presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição.

A busca de Benedito pelo apoio de caciques nacionais não é fato recente, já que o senador já andou afirmando, em fevereiro, que “jogaria pesado” para conquistar o apoio do PT à sua pré-candidatura ao governo do Estado. Não conquistou e agora busca o principal rival de Dilma, o ex-aliado da base da petista, Eduardo Campos. Benedito pode até querer mais um minuto do PSB de Alexandre Toledo, mas teria de vencer uma dura missão, já que o deputado federal está consolidado como parte do projeto de fortalecimento do palanque alagoano do governador pernambucano na corrida presidencial.

Se tudo não passar de jogo de cena para Benedito tentar forçar Teotonio Vilela a recuar da ideia de focar seu apoio ao procurador de justiça Eduardo Tavares, nenhum alagoano sairá fortalecido desta jogada, a não ser o governador pernambucano e o senador do PP, alimentado pelo desejo de vingança contra petistas e tucanos que o relegaram a segundo plano em Alagoas.

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