Extrato bancário da ALE pode apontar para uma “Taturana II: a missão”

09/07/2013 06:13 - Blog do Vilar
Por Lula Vilar
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O extrato bancário de 2011 da Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas apontam para indícios de irregularidades surpreendentes na folha salarial do parlamento estadual. Estas precisam ser apuradas pelo Ministério Público Estadual (MPE). É possível que estejamos diante de uma “Taturana II: a missão”.

Alguns funcionários - pelo que consta na relação da folha salarial - receberam mais de que 13 repasses por mês. Alguns chegam próximo dos 40 repasses. Outro, como é o caso mostrado pelo CadaMinuto, acumula 102 repasses que são contabilizados como vencimentos. Ou seja: salários. 

A jornalista Vanessa Alencar traz uma matéria no CadaMinuto sobre o assunto que assusta. O Poder Legislativo estadual - que foi alvo de uma operação federal, em 2007, que detectou o suposto desvio de mais de R$ 300 milhões - nunca foi transparente com a sociedade. Há uma insistência histórica em se esconder dados, ou divulgar de forma confusa, optando muito mais pela obscuridade que pela transparência. 

Este espaço já publicou sobre os “mortos” e “fantasmas” que recebem salários da Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas. Uma afronta aos servidores que de fato trabalham sem que tenham seus direitos trabalhistas reconhecidos. Enquanto há afortunados e sortudos no parlamento estadual (pelo que se percebe nos extratos bancários de 2011), existem aqueles que aguardam o pagamento de data-base atrasada, de férias vencidas, enfim...

Isto sem contar com a possibilidade de muitos destes vencimentos pagos serem indícios de um laranjal. A Mesa Diretora - presidida pelo senhor deputado estadual Fernando Toledo (PSDB) - precisa, urgentemente, esclarecer estes dados. Detalhar que repasses nominais são estes na folha salarial da Assembleia. Aliás, precisa ainda identificar quem de fato trabalha e quem não trabalha dentro da Casa Tavares Bastos.

Os deputados estaduais são funcionários públicos e devem satisfações ao seu patrão: o povo. Não basta uma nota oficial insípida negando irregularidade, como a que foi divulgada logo após a coletiva do deputado estadual João Henrique Caldas, o JHC (PTN), que ao que tudo indica abriu a caixa de pandora. 

A jornalista Vanessa Alencar entrou em contato com a diretoria financeira da Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas. Esta disse que ainda tem que se inteirar do assunto. Aguardemos que explicação pode surgir para tais repasses. Há indícios de outras irregularidades. O Blog do Vilar, assim como o Portal CadaMinuto, está com o extrato de 2011 completo, além de outras documentações. 

Estes documentos estão sendo analisados pelo setor jurídico e contábil do Portal para identificar mais indícios de irregularidades. Pode ser apenas o fio do novelo.  Vale relembrar dos pagamentos de gratificação feitos sem critérios muito bem definidos. A Assembleia que é lembrada pela Folha 108 dá indícios de que é incorrigível? É isso mesmo?

Estou no twitter: @lulavilar

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