“Não ouvi discussão entre Suzana e o doutor Paulo César na noite antes do crime”, diz ex-garçom

06/05/2013 15:07 - Maceió
Por Teresa Cristina
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Atualizado às 19h08.

A segunda testemunha a ser ouvida no julgamento do Caso PC Farias, na tarde desta segunda-feira (06), foi Genival da Silva França, que trabalhava como garçom do ex-tesoureiro da campanha de Fernando Collor à época do crime. Genival relatou, ao ser indagado pelo juiz Maurício Brêda, situações de quando era funcionário de Paulo César.

Genival confirmou que na noite do dia 22 de junho, antes de PC e Suzana terem sido encontrados mortos, não presenciou nenhuma briga entre o casal. Ele, que hoje trabalha como vigilante, no entanto, afirmou que, em outras situações, se deparou com discussãões entre os dois.

“Não ouvi discussão entre Suzana e doutor Paulo César na noite antes do crime. Mas, uma vez eu notei pelos gestos dele (Paulo César Farias), que eles estavam brigando. Isso aconteceu porque ele disse que tinha acabado o namoro”, revelou Genival.

O ex-garçom de PC também confirmou ao juiz que uma inglesa, identificada apenas como Zara, e Cláudia Dantas visitavam a residência de Guaxuma e a mansão de Paulo César. Mas, ao ser questionado se o patrão mantinha relacionamentos amorosos com essas mulheres, Genival afirmou que nunca viu nenhum “gesto de namoro”.

Sobre a noite do dia 22 de junho, Genival contou que serviu o jantar para Paulo César, Suzana, Augusto e a namorada dele. Ele disse que colocou a comida na mesa por volta de 23 horas e que, cerca de uma hora e 30 minutos depois, o jantar havia acabado. Genival disse ao juiz que dormiu entre 02 horas e 02h30 ele foi dormir e viu que Paulo César Farias estava acordado escutando música. Ele também afirmou que não escutou os disparos de arma de fogo.

Genival contou também que ele e a empregada da casa, Marize Vieira de Carvalho, viram em uma das paredes da residência a marca de um tiro e que, depois, ela encontrou um projétil enquanto varria. “Saímos e batemos na porta e ninguém abriu no quarto, então fomos bater na janela e a mesma coisa. Aí eu fui e chamei o Reinaldo e arrombamos a janela. O Reinaldo entrou, pegou no pescoço do Paulo César Farias e viu que ele estava morto. O Reinaldo então saiu e depois disso tentou ligar pra umas pessoas, até avisar ao deputado (Augusto Farias), que chegou depois”, contou.

Ministério Público

Após os questionamentos do magistrado, foi a vez do Ministério Público indagar o ex-garçom. O promotor Marcos Mousinho voltou a perguntar a Genival se ele havia presenciado discussões entre PC e Suzana. Genival então confirmou que sim, na ocasião de um jantar e em um churrasco na casa de praia, quando o casal discutiu e Suzana se dirigiu para o mar.

“Dessas duas vezes eu vi. Na primeira vez, eu só vi os gestos. Já da segunda, depois de um telefonema eles brigaram e então ele (PC Farias) mandou eu ir atrás da dona Suzana porque ela poderia querer se afogar”, lembrou o ex-garçom.

Mousinho questionou Genival sobre o porquê de ele ter omitido ao delegado, durante seu depoimento dias depois do crime, que presenciou as discussões. “Eu devo ter esquecido. Tem coisas que a gente esquece, doutor”, disse o ex-garçom.

Mãe de santo

Genival disse, após ter sido questionado pelo juiz, que Paulo César Farias contou que o espírito de Elma Farias (mulher de PC que faleceu) havia “baixado” em Suzana. O ex-garçom disse que o patrão contou que o fato ocorreu algumas vezes, entre elas em uma ocasião quando PC estava preso no Quartel do Corpo de Bombeiros.

“O doutor Paulo César disse que uma vez foi preciso uma mãe de santo para tirar o espírito da dona Suzana. Ele tinha essa mãe de santo. Isso eu nunca vi, o doutor que me falou”, colocou Genival.

 

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