A falta de Educação da Educação

15/03/2013 07:51 - Geral
Por Candice Almeida

Para a Justiça ser alcançada o direito de todos os envolvidos deve ser protegido e observado.

Não há lado bom e lado mau, não há vencedor e vencido, o que há é uma desavença que pode ser resolvida se normas e bom senso forem o mote e se todos os envolvidos estiverem sendo guiados apenas pela busca da Justiça, sem rancores, mágoas ou revanchismos.

Ontem (14) ficamos estupefatos com a intransigência do secretário estadual de educação em face das reivindicações de professores que cobravam o envio de seu PCCS o quanto antes para a ALE.

O pleito é justo, o PCCS é um conjunto de normas e diretrizes destinadas a regulamentar a carreira dos trabalhadores da educação na órbita estadual.

Ademais, a solução de tal pleito também é de facílimo deslinde, uma vez que passados quase um ano desde que - supõe-se - o texto começou a ser elaborado já deve estar pronto e apto à apreciação legislativa.

Resolveria dizer: "enviaremos em breve".

Mas não foi o que ocorreu, um desastre do ponto de vista político aconteceu quando o Secretário resolveu não receber os manifestantes – professores e trabalhadores, não vagabundos - e estes ameaçaram tomar a secretaria de estado - casa deles, pois secretários mudam de tempos em tempos, enquanto os trabalhadores ficam.

Com a habilidade de um "ogro", o representante da educação no estado optou por usar a força policial para intimidar os professores, - sim, professores, não os traficantes que estão nas ruas aliciando as crianças e adolescentes que aguardam as escolas serem concluídas para voltarem a estudar - como se estivesse nos idos da década de 70, quando manifestar seu pensamento era tratado como subversão.

O episódio foi lamentável, mas serve para aprendermos muito sobre quem busca justiça (enquanto parte ou advogado) e sobre quem é cobrado por justiça (enquanto poder público).

Dá pra condenar a ação do secretário? Não sei, suas razões devem ser ouvidas. Mas se até a Presidenta, que foi vítima dos excessos policiais e faz questão de lembrar o caso a cada eleição, se vale da mesma força para reprimir manifestantes que buscam seus direitos, melhoria da condição de vida ou de trabalho...

"Posso não concordar com nenhuma das palavras que dizes, mas defenderei até a morte seu direito de dizê-las". (Voltaire*)

 

Não entro no mérito da questão, se as alterações do texto são pertinentes e possíveis, ou não, até porque não as conheço, a explanação aqui passa apenas pela forma como a política é feita por gestores públicos em cargos de indicação política.

*Há divergência quanto à autoria da célebre frase

 

 

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