O Bomfim da OAB

26/11/2012 13:10 - Geral
Por Candice Almeida

Toda transição é difícil, tudo o que é novo assusta e, como não poderia ser diferente, assumir uma instituição como a OAB, com toda sua história de luta em defesa dos advogados e da democracia no país, não é tarefa das mais fáceis, mas com certeza das mais gratificantes.

Na última sexta-feira, 23, Thiago Bomfim sagrou-se eleito por cerca de 35% dos advogados alagoanos num pleito marcado por acusações, gastos ostensivos e escândalos de proporções nacionais. Venceu aquele que conseguiu manter-se mais distante das discussões e mais blindado das acusações e ilações.

A chapa Renova OAB assumirá a gestão da OAB em Alagoas em janeiro de 2013, e com ela alguns desafios que não estavam previstos. Além de ter que resgatar a confiança do advogado na Instituição, sua credibilidade junto a seus representados, assim como sua força na defesa das prerrogativas; também terá a árdua, e ainda mais difícil, missão de reavivar a confiança da sociedade num dos organismos civis de maior credibilidade nas mais variadas pesquisas nacionais.

Uma OAB enfraquecida é prejuízo não só para a classe e para a administração da Justiça em suas diversas instâncias, mas principalmente para a sociedade, que perde uma das entidades mais atuantes na defesa de seus direitos fundamentais e do Estado Democrático de Direito.

Bomfim deve ter em mente que, depois de todos os escândalos que enfraqueceram a Ordem em Alagoas – e no Brasil –, mais que honrar seus compromissos de campanha, terá que amparar novos desafios que surgiram em paralelo a sua campanha. Necessidades basilares urgem em serem supridas e as mais complexas são: o resgate da imagem da OAB para os alagoanos, advogados ou não, e; o resgate da estima do advogado.

Minhas mais sinceras congratulações a Thiago Bomfim, seus companheiros – em especial meus diletos amigos de Nova Advocacia – e sua impecável assessoria.

Ao passo em que desejo toda sorte para enfrentar os desafios. Não é porque não marchamos juntos que não torça por seu sucesso, que não será só de Bomfim e seu Conselho, mas de todos nós.

Incoerente seria se torcesse contra, ou se, antes mesmo de ver os primeiros passos da nova gestão, já me manifestasse em oposição.

Coerente é lutar por uma OAB mais representativa e contribuir com ela, mesmo não estando na gestão e nem em nenhuma de suas “arestas”, o advogado contribui fiscalizando, sugerindo e contribuindo. A Instituição é, sim, muito maior que qualquer disputa e o advogado só será fortalecido e terá suas prerrogativas respeitadas, quando a OAB for respeitada e ela só será quando a sociedade a apoiar.

"Maior que a tristeza de não ter vencido é a vergonha não ter lutado". (Rui Barbosa)
 

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