Nossa Ordem é outra!

20/09/2012 06:54 - Geral
Por Candice Almeida

Em novembro teremos eleições na Ordem dos Advogados do Brasil.

A OAB é a casa dos advogados e também dos cidadãos, nela temos que encontrar guarida para os problemas profissionais e sociais. A OAB é uma entidade de classe que, mais que representar uma classe, atua assegurando os direitos e garantias individuais, trabalhando em defesa da Constituição Federal e alimentando o Estado Democrático de Direito.

Por isso que a OAB não se iguala às demais entidades classistas, não que seja melhor ou pior, mas sua atuação deve ir além de interesses privados de profissionais de determinada área, gozando assim de privilégios administrativos e prerrogativas que asseguram a administração da Justiça preservando a paridade de armas. Pois apenas com o nivelamento entre o Judiciário, o Ministério Público e os Advogados que a Justiça prevalecerá.

Voltaire bem nos ensinou “é melhor correr o risco de salvar um homem culpado do que condenar um inocente”.

E é partindo de premissas sociais, entendendo a OAB como um órgão independente, sem amarras políticas e capaz de tecer críticas, comentários e acordos com as mais diversas entidades institucionais, grupos de minorias e de interesse da sociedade, que devemos vivê-la e preservá-la em sua capacidade total. Presente não só em sua sede, onde quer que ela seja, mas presente em cada advogado, atribuindo-lhes o dever moral de levar a Ordem a todos os lugares onde a Justiça seja buscada.

E é nesse viés, com o sentimento de renovação, oxigenação e agregação dos advogados, que nasceu o movimento Nossa Ordem, formado inicialmente por jovens advogados que veem na advocacia um meio legítimo de transformação social e na OAB a Instituição capaz de aglutinar interesses nobres de abnegação e construção.

Peço licença aos caros leitores para apresentar-lhes esse movimento, na certeza plena de que os rumos da OAB não interessam apenas aos advogados, mas sobretudo à sociedade em geral.

Os ideais de democratização da OAB em benefício de seus filiados estiveram sempre presentes nas mais diversas gerações de advogados. A indignação frente à forma conservadora como a Ordem se estabeleceu por anos, conformando-se em lutar por interesses privados de grupos menores, assim como na conquista de novos adeptos a práticas mais individuais que coletivas, bem como confundindo os interesses da OAB com interesses políticos, fizeram com que advogados de diversas gerações entendessem o Movimento Nossa Ordem como o único capaz de romper com as práticas vigentes, manifestando assim seu apoio.

O Movimento que se apresenta como o “fato novo” não quer se ater às picuinhas inerentes a processos eleitorais, deixando isso para quem já está acostumado a esta prática, estes que proporcionam almoços, festas e confraternizações que não sairão de graça, a conta será paga durante toda uma gestão, pelo menos.

O Movimento visa inaugurar uma nova forma de fazer política: leve, sem pressões, sem obsessão e consciente de que a maior vitória será mostrar aos advogados cansados das práticas arcaicas que eles não estão só. O movimento não se fixa ao processo eleitoral, visa inaugurar uma nova forma de viver e pensar a OAB.

O Movimento nasce com um plano de propostas firme, um plano de gestão coerente com o fato de que na OAB o trabalho é voluntário, pensando a Ordem como um organismo vivo, com engrenagens, que quando encaixadas pode trabalhar sem sobrecargas.

O Movimento não é feito de rostos, nem de orgulhos e muito menos de vaidades, ele é feito de boa ideias e pessoas dispostas a contribuir para um novo momento que pode nascer na seara jurídica, mas que deve romper os muros de uma entidade de classe para contaminar toda a sociedade.

Nossa estimada alagoana Nise da Silveira deixou-nos caros ensinamentos, dentre eles o de que “é necessário se espantar, se indignar e se contagiar, só assim é possível mudar a realidade”.

Justamente por pensar a OAB como a entidade máxima de defesa dos interesses dos advogados – de todos eles e não só dos que já estão em grandes escritórios e se refestelando com os privilégios que títulos e influência proporcionam -, e de defesa da sociedade em toda sua complexidade, sem os subterfúgios da política, que também acredito que o Movimento Nossa Ordem está credenciado a inaugurar um novo momento.

 

Nossa Ordem não se confunde com interesses particulares, Nossa Ordem é outra!

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